A Organização Internacional para as Migrações (OIM) quer a ajuda das redes sociais para combater o tráfico de seres humanos. Um crime que, segundo a agência, está ocorrendo também através dessas plataformas. Em entrevista ao serviço de notícias das Nações Unidas, a ONU News, o diretor de Mídia e Comunicação da OIM, Leonard Doyle, alertou que muitas vítimas são abordadas em sites como o Facebook.
Lembrando que mais de cem migrantes — que tentaram atravessar o Mediterrâneo — desapareceram desde 5 de janeiro de 2018, Doyle afirmou que “é muito difícil persuadir alguém a não escolher uma oportunidade (dessas), especialmente quando se trata de pessoas em situação de dificuldade econômica”.
Contudo, frisou que contrabandistas não se preocupam com a segurança de ninguém e se aproveitam da vulnerabilidade das vítimas para convencê-las a fazer trajetos. Muitas vezes, a abordagem acontece no mundo virtual. “As pessoas ainda acreditam no que leem no Facebook”, lamentou Doyle.
O diretor acrescentou que a OIM “não está em condição de pagar o Facebook para mandar mensagens (de alerta) para as pessoas que ficam sabendo sobre as travessias (de fronteiras) por meio dos contrabandistas”. Além disso, a rede social deixa brechas em seu sistema para a criação de páginas que disfarçam as atividades ilegais de criminosos e, ao mesmo tempo, divulgam os “serviços” desses traficantes de pessoas.
Doyle ressaltou que o Facebook e outras organizações poderiam trabalhar em conjunto com a OIM na prevenção dessas violações. “Empresas de novas mídias e redes sociais podem nos ajudar a explicar os perigos da migração irregular, assim como elas (já) ajudam a explicar os perigos do abuso sexual. Faz parte de ser uma mídia civicamente responsável.”