No último sábado (1º), o Sindicato dos Jornalistas de SP realizou, em parceria com a Artigo 19 e a Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematrograficos (Arfoc), o curso “Violência contra Jornalistas” com medidas de segurança na sede em São Paulo e contou com a participação de repórteres fotográficos, jornalistas, cinegrafistas e uma estudante de jornalismo.
O diretor do Sindicato dos Jornalistas de SP, André Freire, destacou que a entidade tem realizado, desde 2013, – quando as agressões se intensificaram durante as manifestações – plantões para atendimento dos profissionais agredidos. Freire lembrou que o Sindicato tem marcado presença constante nos atos pedindo respeito aos jornalistas que estão cobrindo a manifestação.
O curso, ministrado por Thiago Firbida, da Artigo 19, ensinou profissionais e estudante a desenvolverem um protocolo de segurança capaz de destacar capacidades e vulnerabilidades de equipes ou profissionais autônomos na cobertura de protestos. “O protocolo de segurança te dá um plano de ação para agir em caso de violação” enfatizou.
“O papel social do comunicador é de dar visibilidade ao protesto e documentar os abusos que acontecem nele” destacou Firbida. Segundo ele, a cobertura de protestos está permeada por uma tensão existente entre a reivindicação dos manifestantes e a vontade de que o ato ou sua cobertura não aconteça por quem está no poder. O resultado deste cenário não é dos melhores: 75% das violências sofridas pelos comunicadores é feita pelo Estado por meio de suas forças policiais.
Através de uma planilha que leva em conta o contexto da manifestação, quais as violações mais comuns, os principais violadores, as capacidades e vulnerabilidades, os participantes puderam analisar estratégias para combater a violência durante atos e protestos. Thiago Firbida revelou quais medidas de segurança os comunicadores devem adotar antes, durante e após a cobertura dos atos.
“Existe um padrão nas violações contra comunicadores, por isso é possível mapear e prevenir as agressões” contou. Segundo ele, o protocolo de segurança serve justamente para diminuir as vulnerabilidades presentes em cada manifestação.
Além disso, o uso do equipamento de proteção individual (EPI) foi posto como uma ferramenta importante para o uso dos profissionais durante os atos e que deve ser disponibilizado pelas empresas.
Na parte da tarde, Thiago Firbida focou nos cuidados que os comunicadores devem ter durante coberturas sensíveis. Os participantes do curso puderam saber, por exemplo, quais cuidados devem tomar com o uso de celulares, em ligações telefônicas e na rede mundial de computadores tanto com o uso de e-mails como de redes sociais, senhas e quais ferramentas podem ser mais seguras.