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Centrais querem punição para empresas que demitirem acima da média do setor

Centrais querem punição para empresas que demitirem acima da média do setor


rotatividade

 

As seis maiores centrais sindicais do país lançaram na terça-feira (18) campanha de combate à rotatividade no mercado de trabalho brasileiro, que segundo o Dieese chegou a 53,8% em 2010. Eles também contestam proposta do governo de mudança de regras para pagamento de benefícios como o seguro-desemprego e o abono salarial. “Retirada de direitos não foi eficaz em nenhum lugar do mundo. Queremos discutir alternativas com o governo”, afirmou o presidente da CUT, Vagner Freitas, acrescentando que as centrais já pediram audiência com a presidenta Dilma Rousseff.

Para o cutista, alguns empresários usam a rotatividade apenas para diminuir custos. “Por isso, é preciso proteger o emprego e punir quem demite mais do que a média histórica do setor”, defendeu. Segundo ele, “é barato demitir no Brasil”.

Os jornalistas são uma categoria bastante afetada por esta prática e na Campanha Salarial que está em andamento, uma dos itens da pauta de reivindicações é exatamente o cumprimento da Convenção 158 da OIT, que impede demissões imotivadas, que aceleram o processo de rotatividade. Os empresários se recusam a aceitá-la, mas já se comprometeram a analisar a proposta.

No documento divulgado pelas centrais (além da CUT, assinam o texto CGTB, CTB, Força Sindical, NCST e UGT), as entidades afirmam que enfrentar a rotatividade “é o maior desafio da política pública voltada para o trabalho”. Mesmo descontados fatores como desligamentos decorrentes de transferência ou a pedido do trabalho, aposentadorias e mortes, as taxas seguem elevadas: 37,5% em 2008, 36% em 2009 e 37,3% em 2010. As consequências, sustentam, são instabilidade para o trabalhador, rebaixamento salarial e dificuldade de aprimoramento profissional, além de maior demanda de seguro-desemprego e do FGTS.

A situação se agrava quando a análise é feito por setor. Segundo o Dieese, na construção civil a taxa supera os 100% (108%, ou 86% descontados os fatores citados anteriormente) e na agricultura atinge 98% (74%). Chega a 58% no comércio (42%), 54% nos serviços (34%) e 50% na indústria de transformação (37%). Também mostra concentração: em 2010, apenas 126 mil estabelecimentos (5,8% do total) foram responsáveis por 14,4 milhões (63%) das demissões.

Entre as propostas apresentadas e que serão levadas ao governo, estão a criação de um programa nacional de estabilização e manutenção do emprego, que seria financiado por repasse do adicional de 10% na multa sobre o saldo do FGTS (inspirado em uma experiência alemã) e o incentivo à organização no local de trabalho, o estímulo à redução das taxas de rotatividade. Também poderia ser criada uma taxa imposta a empresas com rotatividade acima da média do setor. As centrais também defendem a ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), por meio da qual as empresas teriam de comunicar com a antecedência tanto trabalho como sindicato e justificar as razões da demissão.

 

Texto: Rede Brasil Atual com redação

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