Em assembleia realizada na última quinta-feira, 29 de agosto, dezenas de jornalistas que trabalham nas emissoras de rádio e televisão no estado de São Paulo aprovaram a pauta de reivindicações para a negociação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) do segmento.
A categoria discutiu uma série de propostas para a valorização dos salários, resgate de direitos e ampliação de conquistas para as e os jornalistas. O documento debatido pela categoria foi enviado aos patrões nesta sexta-feira (30), com a sinalização de que as mesas de negociação devem ser iniciadas o quanto antes.
As principais reivindicações aprovadas pela categoria:
Reajuste pela inflação, mais 7% de aumento real
Lutamos para que os salários e as demais cláusulas econômicas sejam recompostas de acordo com a inflação do período (o índice será divulgado oficialmente apenas a partir de novembro), além de um aumento real de 7%. Essa reivindicação reflete a necessidade da valorização dos nossos salários diante de um cenário de enxugamento das redações e aumento da sobrecarga no trabalho.
Volta da PLR
Em 2020, em negociações realizadas durante a pandemia, o sindicato patronal impôs a retirada da cláusula de Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Agora, em um cenário de reaquecimento econômico e retomada de investimentos por parte das emissoras, é urgente que a cláusula seja reincluída pelos patrões.
Unificação do piso salarial
Enfrentamos em nossa Convenção Coletiva de Trabalho uma desigualdade entre jornalistas da capital e profissionais de outras cidades do estado: o piso salarial para quem trabalha no interior e litoral é R$ 1.166,31 inferior ao piso salarial vigente nas emissoras da cidade de São Paulo! Para superar essa inexplicável diferença, lutamos pela unificação do piso salarial a partir do valor da capital.
Plantões de final de semana
Atualmente, a redação da CCT é desfavorável a jornalistas que trabalham em regime de plantão, com a possibilidade de se trabalhar 12 dias seguidos (o que desrespeita, inclusive, a determinação da CLT). Diante disso, reivindicamos que se adote a jornada de 3 para 1 (3 finais de semana de descanso para 1 final de semana trabalhado), além do controle de ponto acessível a todas e todos os profissionais.
Viagens
As empresas insistem em afirmar que profissionais que estão realizando coberturas externas e precisam pernoitar fora de sua cidade devem ter apenas as horas extras contabilizadas pelo exercício deste trabalho. Na assembleia, a categoria reafirmou a necessidade de remuneração com o pagamento de um salário-dia, pelo fato de a(o) profissional permanecer à disposição da empresa durante todo o período da cobertura externa.
Combate ao assédio moral e proteção à vítima de assédio sexual
As empresas devem, de uma vez por todas, concordar em estabelecer a partir da Convenção Coletiva um regramento específico a ser adotado em todas as emissoras no combate sistemático aos assédios moral e sexual, disseminados lamentavelmente em todo o estado de São Paulo. Neste sentido, é necessário reforçar a atuação das e dos jornalistas na respectiva CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio), que recentemente ganhou competência para acompanhar casos de assédio.
VOCÊ PODE CONFERIR TODA A PAUTA DE REIVINDICAÇÕES AQUI
A Convenção Coletiva de Trabalho é um documento firmado entre o SJSP, de um lado, e o Sindicato patronal, de outro lado, e contém uma série de cláusulas econômicas e sociais, com os direitos garantidos à categoria. A partir deste ano, a data-base de negociação para a renovação do documento será no dia 1º de novembro, garantindo um espaço de tempo mais razoável para organizar a categoria antes do final de 2024.
Esta Campanha Salarial acompanha a mobilização coordenada pela Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que convoca todos os Sindicatos de Jornalistas a adotarem um mesmo mote de mobilização: Quem Defende o Jornalismo, Valoriza as e os Jornalistas!
Com muita disposição para lutar por salários, direitos e dignidade, devemos nos reunir nas assembleias e mobilizações desde o primeiro momento, para que possamos pressionar os patrões diante de nossas reivindicações. Vamos juntas e juntos!