Diante da denúncia da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) de ameaças e agressões por redes sociais contra jornalistas que se manifestaram criticamente à gestão encabeçada por Jair Bolsonaro, a Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) repudia esta ação e exige que as autoridades encontrem os autores das intimidações que atentam contra a liberdade de expressão em um contexto dramático como o que vive o país sul-americano.
Em um dos casos, João Costa, jornalista da rádio FM 98 do estado da Paraíba, tem recebido ameaças desde o final do ano passado via Messenger. Segundo contou o trabalhador da imprensa, as intimidações se aprofundaram à medida que mantinha uma postura crítica sobre as medidas ordenadas pelo mandatário brasileiro.
Assim mesmo, a Federação brasileira também advertiu sobre as ameaças e a divulgação nas redes de dados pessoais sofridas por Gabriela Biló, fotógrafa do meio paulista Estadão. Além de ameaças, os trolls publicaram declarações falsas e as atribuem a Biló, em uma tentativa de deslegitimar sua credibilidade e imagem como jornalista. Essa mesma trabalhadora já havia sido insultada por fanáticos de Bolsonaro durante a cobertura das atividades do Supremo Tribunal Federal brasileiro contra as Fake News.
“O episódio revela a escalada de violência de grupos de extrema direita, a maior parte deles seguidores do presidente Jair Bolsonaro, que tenta calar a imprensa e impedir o exercício livre do jornalismo profissional”, explicou a Fenaj.
A FIJ concorda com a Fenaj, condena a perseguição e deslegitimação de jornalistas nas redes sociais e exige que as autoridades responsáveis abram investigações que ponham os autores intelectuais destes ataques frente à Justiça.