Milhares de jornalistas brasileiros estão inundando, desde ontem, as redes sociais com uma pergunta: por que a esposa do presidente Jair Bolsonaro, Michelle de Paulo Firmo Reinado, recebeu R$ 89 mil de um assistente do filho do presidente? Trata-se de uma resposta coletiva à ameaça pessoal de Bolsonaro a um repórter que o perguntou sobre os vínculos econômicos de sua cônjuge com o assessor Fabrício Queiroz: “Meu desejo é encher a sua boca de porrada”, respondeu o titular do executivo brasileiro.
A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), organização que reúne mais de 600 mil trabalhadores de imprensa no mundo, repudia a agressão verbal do presidente brasileiro e respalda o exercício da imprensa livre por parte dos colegas nesse país, que se manifestaram em apoio ao colega e ao seu próprio direito de exercer sua profissão em liberdade.
A intimidação ocorreu no domingo (23) pela manhã durante uma visita do mandatário à capital do país, Brasília, quando um repórter do Grupo O Globo se somou a outros jornalistas que caminhavam com Bolsonaro pela via pública.
A pergunta do repórter condiz com a investigação judicial aberta contra Fabrício Queiroz, ex-motorista e ex-assessor de Flávio Bolsonaro, filho do maior líder brasileiro que foi preso depois de que o processo investigativo descobriu que, por suas contas, havia passado o equivalente a 240 mil dólares entre 2016 e 2017, uma soma impossível de justificar com base em suas declarações formais.
Parte deste dinheiro, descobriu a Justiça mais tarde, foi depositado via cheque na conta em nome de Michelle de Paula Firmo Reinaldo, a terceira e atual esposa do presidente brasileiro.