Nesta terça-feira, 15, a CUT-SP, por meio da Secretaria de Combate ao Racismo, promove na Praça do Patriarca, no centro da capital paulista, uma manifestação contra o racismo e o genocídio da população negra.
O ato, que terá início às 10h, é parte das atividades de luta contra o preconceito e a discriminação que persistem no país mesmo após a abolição da escravatura, considerada inacabada pelo movimento negro e demais entidades progressistas do campo social e sindical – no dia 13 de maio serão completados 130 anos da assinatura da Lei Áurea.
Além de denunciar o racismo, a manifestação também pedirá a liberdade do ex-presidente Lula, preso político desde o dia 7 de abril, e lembrará os dois meses da execução da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), e de seu motorista, Anderson Gomes.
“Pedimos pela libertação de Lula porque, além de atentar contra a democracia, reconhecemos que ele foi o maior líder deste país e seu governo fez o país avançar em diversas pautas do movimento negro. Era um governo que promovia o diálogo conosco, ao contrário do governo golpista de agora, que não tem um negro em sua composição”, afirma Rosana Aparecida, secretária de Combate ao Racismo da CUT-SP.
A dirigente ressalta também que a ida às ruas será um “grito de revolta” contra o genocídio da população negra que, segundo o Atlas da Violência 2017, é 78,9% dos 10% dos indivíduos com mais chances de serem vítimas de homicídios no Brasil.
“Isso também é um reflexo da falta de políticas na saúde e na educação, que atinge diretamente o povo negro. Há também o preconceito no mercado de trabalho, que não nos permite alcançar cargos relevantes mesmo possuindo o mesmo nível dos não-negros, entre tantas outras questões”.
Em nota divulgada nesta semana, a CUT nacional lembra que o Brasil foi um dos últimos países a abolir a escravidão e que isso foi feito de forma gradual e lenta, sem assegurar aos ex-escravos as condições necessárias para sua integração social, econômica e política.
“O resultado deste processo, passados 130 anos, é a situação de discriminação racial e de desigualdade social a que é relegada a população negra, apesar dos/as negros/as serem a maioria da população brasileira”, aponta trecho da nota.
Outras agendas
Na semana do 13 de maio, as comissões temáticas de sindicatos CUTistas também promovem atividades de luta contra o racismo.
Segunda, 14, será a vez da Comissão de Igualdade Racial dos Metalúrgicos do ABC que, ao lado do Comitê Popular de Negros e Negras do ABCDMRR, realiza debate sobre os 130 anos da abolição inacabada. A atividade também será um ato por Lula livre e por justiça ao caso de Marielle e Anderson, além do lançamento do livro “Reflexos de Resistência”, de Joselicio Junio, o Juninho.
Já na quinta-feira, 17 de maio, a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial, do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, realiza o Seminário Luiz Gama Jornalista, que irá destacar o papel pioneiro e a atuação na imprensa do abolicionista negro no processo de lutas pela assinatura da Lei Áurea, em 1888. Na ocasião, uma placa de honra ao mérito será inaugurada na sede da entidade, com o objetivo de assinalar o reconhecimento de Luiz Gama como jornalista atuante em São Paulo.
Agendas de luta
Debate 130 anos da abolição inacabada
Data: 14 de maio (segunda), às 18h
Local: Espaço Celso Daniel do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC – Rua João Lotto, 16, centro de São Bernardo do Campo
Manifestação contra o racismo, pela liberdade de Lula e em memória de Marielle
Data: 15 de maio (terça-feira), às 10h
Local: Praça do Patriarca
Seminário Luiz Gama Jornalista
Data: 17 de maio (quinta-feira), às 19h
Local: Auditório Wladimir Herzog – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo – Rua Rego Freitas, 530 – Sobreloja – Vila Buarque – São Paulo/SP
*Com informações dos sindicatos e CUT Nacional