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Jornalistas no combate à opressão da mulher trabalhadora

Jornalistas no combate à opressão da mulher trabalhadora

Na semana que marca o Dia Internacional da Mulher, o Sindicato dos Jornalistas promove ações para dialogar com as mulheres da categoria sobre os desafios da profissão na conjuntura de “reforma” trabalhista e de golpe à democracia.

Nesta quarta-feira (7), os sindicalistas estão visitando redações da capital, como a Folha de S.Paulo e a Band, e também do interior e litoral para conversar com as mulheres jornalistas e panfletar o boletim Mural.

O informativo traz uma carta às jornalistas refletindo sobre os impactos da “reforma” que prejudicou o conjunto dos trabalhadores, mas que é ainda mais perversa para as mulheres trabalhadoras, alertam os dirigentes. O boletim também discute o combate aos assédios sexual e moral, e destaca diversos direitos e garantidas existentes que beneficiam principalmente as mulheres nas Convenções e Acordos Coletivos de Trabalho do Sindicato.

Na segunda-feira (5), a Comissão de Jornalistas pela Igualdade de Gênero do Sindicato realizou no auditório Vladimir Herzog o debate “A realidade da jornalista: direitos e democracia”, com a participação das jornalistas Rita Lisauskas, blogueira do “Ser mãe é padecer na internet” e colunista da Rádio Eldorado, e de Rosane Borges, pós-doutora em ciências da comunicação, professora da Universidade Estadual de Londrina, articulista da Carta Capital e membro da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-SP).

No último sábado (3), a diretora Márcia Quintanilha representou o SJSP e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) no “Ato Pela vida das Mulheres, Democracia e Soberania: Temer sai, Fica aposentadoria!”, em Campinas. 

Nesta quinta-feira (8), o Sindicato dos Jornalistas também se soma aos demais sindicatos e movimentos sociais na mobilização do Dia Internacional da Mulher, com concentração a partir das 16h, na Praça Oswaldo Cruz, e caminhada pela Av. Paulista.

Confira a íntegra da carta:

“Cara Mulher Jornalista,

Chegamos a este 8 de março, Dia da Mulher, numa situação que exige uma postura de resistência de cada uma de nós. No atual contexto de ataques a direitos sociais e trabalhistas, as mulheres são as mais atingidas pelas medidas dos golpistas.

Assim, com a reforma trabalhista, com todos os prejuízos impostos ao conjunto dos trabalhadores, para as mulheres é ainda pior. O governo Temer não poupou nem a proteção à maternidade: possibilitou até o trabalho de gestantes em ambientes insalubres.

A flexibilização da jornada por acordo individual – na verdade, por imposição da empresa – faz com que a trabalhadora possa ser obrigada a trabalhar longas horas no emprego, para voltar para casa e cumprir mais uma longa jornada de trabalhos domésticos (vai gastar, em média, o dobro do tempo que um homem gasta nas tarefas em casa).

Até no que diz respeito ao assédio moral e sexual, questão que já atingiu  mais de 70% das mulheres da nossa categoria, a reforma trabalhista conseguiu piorar a situação: fixou um tabelamento relativo ao salário da vítima para estabelecer os valores de indenização por danos morais, o que introduz diferenciações inaceitáveis. Duas trabalhadoras de uma mesma redação, que enfrentem o mesmo assediador, podem receber indenizações diferentes em centenas de milhares de reais, como se a dignidade de uma trabalhadora valesse mais do que a de outra.

Sobre o assédio, inclusive, convém lembrar que apesar do  bonito discurso de boa parte das empresas de comunicação, estamos longe de conseguir dar passos concretos para combater esta prática. Não são poucos os casos de colegas que, ao tomar a corajosa posturar de denunciar, acabam tendo elas mesmas que enfrentar punições.

Defendemos a criação de protocolos nas nossas Convenções Coletivas de Trabalho que garantam segurança às vítimas de assédio e exijam apuração e medidas concretas por parte das empresas para fazer cessar a prática. Os três sindicatos patronais a que apresentamos esta proposta, até  agora, a negaram.

O assédio deve ser combatido de forma coletiva, assim como toda a opressão de gênero que encaramos nos locais de trabalho. Para enfrenta-la,  é necessária uma forte organização  sindical dos jornalistas. Foi assim,  com a batalha do conjunto da categoria, que conquistamos vários direitos. Entre eles, a estabilidade para a mulher que volta da licença-maternidade de até 60 dias – justamente um dos itens da Convenção de Rádio e TV que os patrões colocam na berlinda, quando o necessário é ampliar esse período, frente a estatística de que metade das mulheres no Brasil são demitidas depois de ter um bebê (reivindicamos estabilidade de 180 dias).

Temos pela frente uma boa briga para conquistar igualdade de condições no nosso exercício profissional! Venha fortalecer nossa entidade sindical para, com nossos companheiros nas redações, conseguirmos melhores condições de trabalho e vida.

No dia 8 de março, participe do ato unificado: PELA VIDA DAS MULHERES, DEMOCRACIA E SOBERANIA. Na capital, concentração às 16h na Praça Oswaldo Cruz. No interior, procure um diretor do Sindicato para informações sobre o ato na sua região”. 

Leia também:
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