O Cineclube Vladimir Herzog exibe na próxima terça-feira (18), às 19h, o documentário “GIG: A Uberização do Trabalho”, seguido de debate com a participação de Carlos Juliano Barros, um dos diretores da obra. Produzido pela ONG Repórter Brasil, com a direção de Carlos Juliano Barros, Caue Angeli e Maurício Monteiro Filho, o filme aborda o avanço da chamada “Gig Economy”, fenômeno também conhecido no Brasil por “uberização”, e os impactos deste modelo na precarização e a intensificação do trabalho numa sociedade cada dia mais conectada.
O avanço do número de desempregados no País, que já ultrapassa a marca de 13 milhões de pessoas, colocou cada vez mais trabalhadores no mercado informal. Entrega rápida de comida, corrida por aplicativo, entre outros, têm ganhando força e tomando as ruas das grandes cidades.
A pesquisa e produção do filme começou por volta de 2017, quando as plataformas começaram a ganhar força. “O momento ainda era de completa euforia com relação ao surgimento desses aplicativos, mas havia uma série de questões relacionadas principalmente as relações de trabalho que se geravam, que estavam sendo pouco debatidas”, aponta Carlos Juliano Barros, jornalista, documentarista e mestre em Geografia Humana pela USP. Ele dirige a obra junto com Caue Angeli e Maurício Monteiro Filho.
Essa modalidade de trabalho ganhou respaldo da legislação a partir da reforma trabalhista, aprovada em 2017, que possibilitou o contrato em regime intermitente, em que as empresas podem admitir funcionários por horas, dias ou meses específicos.
O filme, portanto, apresenta histórias daqueles que trabalham sem serem considerados trabalhadores. Com status de “autônomos”, “prestadores de serviço”, “empreendedores” não possuem vínculos empregatícios que garantam seus direitos e assumem todos os riscos de suas atividades.
O documentário foi vencedor do prêmio de melhor filme pelo público na Mostra Ecofalante 2019, e é uma realização do Repórter Brasil. Após a sessão, haverá debate com a participação de Carlos Juliano Barros, um dos diretores da obra.
Cineclube Vladimir Herzog
O Cineclube Vladimir Herzog é uma iniciativa do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJSP), do Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo (SASP) e tem o apoio de militantes cineclubistas do cineclube Baixo Augusta. A proposta é resgatar espaço importantíssimo na resistência à ditadura e na luta pela redemocratização do país. Naquele tempo, filmes como “O Homem que Virou Suco”, de João Batista de Andrade, chegaram a um imenso público a partir das sessões realizadas por este cineclube. As sessões são sempre nas últimas terças-feiras de cada mês, seguidas por debates com realizadores dos filmes e/ou convidados. Para mais informações, visite nosso blog e nossas páginas nas redes sociais.
Exibição de “GIG: A Uberização do Trabalho” + debate
Data: 18 de fevereiro (terça-feira), às 19h.
Local: Rua Rêgo Freitas, 530, Sobreloja, República, São Paulo, SP (Sindicato dos Jornalistas de São Paulo)