O Escritório Regional para América do Sul do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) condenou, no dia 8 de junho, as mortes dos jornalistas brasileiros Evany José Metzker e Djalma Santos da Conceição, ocorridas entre 18 e 22 de maio em Minas Gerais e Bahia, respectivamente.
Ao manifestar solidariedade com as famílias das vítimas, o representante do ACNUDH para América do Sul, Amerigo Incalcaterra, instou o Estado brasileiro a investigar exaustivamente os casos para identificar e levar à justiça os responsáveis pelas mortes. “Chamamos as autoridades a esclarecer os fatos e a garantir que não fiquem na impunidade”, disse.
O ACNUDH também expressou preocupação com as reiteradas mortes de jornalistas em anos recentes no país. “Estamos preocupados com a insegurança, assédio e crimes contra jornalistas que observamos no Brasil. Isto constitui uma ameaça à liberdade de expressão”, apontou o Representante Regional.
Além disso, Incalcaterra pediu para o Brasil proteger o trabalho dos comunicadores sociais, e em geral dos defensores de direitos humanos. “O Brasil deve redobrar seus esforços para proteger os defensores de direitos humanos, incluindo jornalistas, assegurando que não sofram represálias, pressões e violência no exercício de suas atividades, e adotando medidas concretas e efetivas em matéria de prevenção”.
“Nesse sentido, instamos o governo brasileiro a colocar em prática as recomendações feitas em 2014 pelo Grupo de Trabalho sobre Direitos Humanos dos Profissionais de Comunicação no Brasil, no Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana. Seu relatório final recomenda a criação de um Observatório de Violência contra Comunicadores, em cooperação com o Sistema das Nações Unidas no país”, disse.