Pesquisa da Rede Nossa São Paulo mostra que somente 11% dos paulistanos confiam na Câmara Municipal, 16% confiam no Tribunal de Contas do Município (TCM) e 19% nas prefeituras regionais. A prefeitura de São Paulo tem a confiança de 23% dos paulistanos. Somente o Metrô atingiu índice de confiança acima de 50% entre as 13 instituições e empresas públicas pesquisadas.
Divulgada hoje (24), a pesquisa mostra a percepção dos paulistanos sobre a qualidade de vida, participação social e atendimento dos serviços públicos nas áreas da saúde, educação e segurança, além de revelar o grau de confiança nas instituições e empresas públicas. Foram entrevistadas 800 pessoas com 16 anos ou mais entre os dias 8 e 27 de dezembro de 2017.
A nota para a qualidade de vida na cidade passou de 5,4 para 6,0. Com relação à qualidade de vida individual, 4% disseram que melhorou muito; 17% disseram que melhorou um pouco; 41%, que ficou estável; 25%, que piorou um pouco; e 13%, que piorou muito. Pelo menos 61% dos entrevistados afirmaram que se mudariam da cidade se pudessem, e 39% disseram que não se mudariam. Na pesquisa anterior esses percentuais foram de 68% e 30%, respectivamente.
De acordo com o levantamento da Rede Nossa São Paulo, a prefeitura da capital paulista é considerada ótima ou boa por 15% dos entrevistados; 43% consideram a instituição regular e 41%, ruim ou péssima. Para 12% dos entrevistados, as prefeituras regionais são ótimas ou boas; para 38% são regulares e para 46% são ruins ou péssimas.
Com relação à Câmara Municipal, 5% dos cidadãos avaliam a instituição como ótima ou boa, 22% como regular e 67% como ruim e péssima. Quando questionados sobre sua participação nas atividades da Câmara Municipal, 92% disseram que não participaram de nenhuma nos últimos 12 meses. Mais da metade (55%) não se lembram em que vereador votaram nas últimas eleições.
Segurança
Para 68% dos entrevistados da Rede Nossa Paulo o que provoca mais medo no cotidiano da cidade são os assaltos e roubos, seguidos de violência em geral (58%), sair à noite (29%) e tráfico de drogas (28%). Pelo menos 25% afirmaram ter sofrido roubo ou furto nos últimos 12 meses; 14% algum tipo de preconceito ou discriminação; 8%, agressão física; e 5%, assédio sexual.
Entre as ações mais importantes para diminuir a violência foram apontados os investimentos em educação de qualidade para jovens de baixa renda (36%), combate à corrupção na polícia e nos presídios (28%), criação de oportunidades de trabalho para jovens de baixa renda (26%), combate mais severo ao tráfico de drogas (25%), aumento do número de policiais nas ruas (23%), redução da desigualdade entre as regiões ricas e pobres (22%) e mais agilidade da Justiça (21%).
Saúde
A pesquisa indicou que 84% dos entrevistados utilizaram algum tipo de serviço público de saúde. Entre os serviços mais demandados e que registraram maior aumento na utilização estão: distribuição gratuita de medicamentos (de 51% para 69%), atendimento ambulatorial (56% para 65%), consulta com especialistas (36% para 48%), atendimento de emergência (de 28% para 34%) e serviço odontológico (de 15% para 32%).
A média de tempo para realização de consultas, de acordo com a pesquisa, passou de 82 para 160 dias; para exames, de 98 para 161 dias; e para procedimentos mais complexos, de 186 para 359 dias. No setor privado, o tempo médio para consultas passou de 15 para 70 dias; para exames, de 18 para 68 dias; e para procedimentos mais complexos, de 38 para 103 dias.
Educação
Quando questionados sobre a espera por vagas em creches municipais, 39% dos entrevistados responderam que precisaram esperar pela matrícula. Entre eles, 56% afirmam ter esperado mais de seis meses por uma vaga. O tempo médio de espera para vagas nas creches municipais é de 283 dias.
Escrito por Flávia Albuquerque / Agência Brasil