A Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) publicou sua lista anual de jornalistas e trabalhadores em meios de comunicação assassinados, que mostra 45 assassinatos durante 2021 em 20 países, frente a 65 em 2020. Desde 1991, segundo as cifras da FIJ, 2.721 jornalistas foram assassinados em todo o mundo.
A contagem de 2021 representa uma das mais baixas desde que a FIJ começou a publicar informes anuais sobre jornalistas mortos em incidentes relacionados com o trabalho, incluindo assassinatos seletivos, mortes por fogo cruzado e bombardeios. A região da Ásia-Pacífico encabeça a lista regional com 20 assassinatos, seguido pela América (10), África (8), Europa (6) e Oriente Médio e o mundo árabe. Um acidente mortal resultou também na morte de dois jornalistas no Irã.
Se a diminuição de casos é uma boa notícia, não é um consolo frente a contínua violência que tem custado a vida de jornalistas em países como Afeganistão (9), México (8), Índia (4) e Paquistão (3).
Também é uma prova a mais da constatação recorrente: os jornalistas e os trabalhadores dos meios de comunicação são assassinados com maior frequência por denunciar a corrupção, o crime e o abuso de poder em suas comunidades, cidades e países.
Os riscos associados aos conflitos armados têm diminuído nos últimos anos devido a limitada exposição dos profissionais dos meios de comunicação que cobrem os conflitos armados em menor número. Ao mesmo tempo, as ameaças de domínio das gangues criminosas e carteis de droga, dos bairros marginais do México até às ruas das cidades europeias, da Grécia aos países baixos, seguem aumentando e são a causa de muitos dos assassinatos seletivos de trabalhadores dos meios de comunicação em 2021.
“Estes 45 colegas que perdemos este ano nos recordam o terrível sacrifício que seguem fazendo os jornalistas de todo o mundo em áreas de interesse público e estamos sempre em dívida com eles e com milhares de pessoas que tem pago um preço alto demais”, declarou o Secretário Geral da FIJ, Anthony Bellanger. “A FIJ crê que a única homenagem adequada a causa pela qual deram suas vidas deve ser a busca incessante de justiça por eles. Por isso, seguimos lutando pela adoção de uma nova convenção da ONU para a proteção dos jornalistas, que assegure a responsabilização dos assassinos dos jornalistas.”