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Solidariedade pela vida do repórter fotográfico Lilo Clareto

Solidariedade pela vida do repórter fotográfico Lilo Clareto

Com a pandemia do coronavírus, várias correntes solidárias em defesa da vida tomaram conta dos mais diversos ambientes no Brasil e no mundo. Nessa onda, muitas organizações, entidades e movimentos sociais se mobilizam para levar comida, dinheiro, materiais de higiene e saúde, entre outros, para quem mais precisa para fazer esta travessia terrível. Ao fim e ao cabo, estamos falando de empatia, colaboração e generosidade. 

Uma das campanhas solidárias que tem ganhado força nos últimos dias é a #respiraLilo, uma corrente de caridade para ajudar o fotojornalista paulista Lilo Clareto, ex-Estadão e Época, a vencer a doença, os contratempos pessoais e os desastres no enfrentamento à crise sanitária em um país desgovernado. Está em vigor uma “vaquinha” online e a Galeria Solidária de Fotografias – Coleção Lilo Clareto – 20 x 20, na qual as imagens captadas por Lilo, em diversos trabalhos, estão à venda. 

Lilo dedica sua vida a denunciar as desigualdades e as violações contra os direitos humanos no Brasil com suas fotos extraordinárias. Nos últimos 20 anos, tem se dedicado a denunciar as dores dos tantos Brasis ao lado da jornalista Eliane Brum.

Lilão possivelmente se contaminou ao documentar o ecocídio e a crise humanitária  provocadas por Belo Monte na Volta Grande do Xingu, na Amazônia. Missão concluída, voltou para casa, em Altamira, onde se radicou desde 2017 para melhor cobrir as violações cometidas contra a floresta e os povos da floresta. Em casa, transmitiu o vírus para sua mulher, Daniela. Entregaram a pequena Maria, de 2 anos, para a avó, para que ela não se infectasse, e se trancaram mais uma vez. Nos primeiros dias, Lilo acreditou que a covid-19 seria leve. Mas a covid-19 é imprevisível. Lilo começou a sentir-se muito mal. Deparou-se então com as dificuldades de um jornalista, um repórter fotográfico no Brasil de direitos tão precários. Freelancer, nunca pôde pagar um plano de saúde. Freelancer, não tem o apoio de nenhum empregador quando se contamina trabalhando. Lilo é um usuário do SUS, sistema pelo qual sempre lutou. E o SUS, apesar de todas as dificuldades desse momento de falência vivido pelo Brasil, o acolheu. Lilo estava internado na UTI do Hospital Regional Público da Transamazônica, em Altamira, até domingo, 21 de março. Nesta data, a fila para uma vaga na UTI tinha 17 pessoas, sinais do colapso vivido por todo o Brasil e especialmente pela Amazônia. A situação de Lilo, porém, se agravou. E ele precisava de uma UTI com mais recursos. Foi transferido em avião fretado para São Paulo e, desde então, está internado no Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Lilo só conseguiu fazer esse movimento porque amigos de todo o Brasil se uniram em uma rede de cuidado e afeto para somar esforços e arrecadar doações. A “Rede de Amigos do Lilão” só cresce. Lilo segue intubado, em estado grave, precisando  de tudo o que a medicina consegue fazer por uma doença tão nova. Enquanto isso, é preciso pagar o hospital, a viagem da sua esposa para São Paulo e o sustento da sua família enquanto ele não pode voltar a trabalhar.

Junte-se à Rede de Amigos do Lilão para lutar pela vida do Lilo! Ninguém solta a mão de ninguém – e ninguém solta a mão do Lilo!!!

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