O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) recebeu na tarde desta quarta-feira (18) representantes de diversas entidades da sociedade civil e sindicais, além de partidos políticos, com o objetivo de organizar um movimento em Solidariedade aos Presos Políticos, José Dirceu (ex-ministro da casa Civil), José Genoíno (ex-deputado federal) e Delúbio Soares (dirigente sindical). A avaliação geral é de que a forma como o STF tratou a prisão caracteriza-se como uma agressão aos direitos básicos de cidadania dos detidos.
O grupo discute estratégias para que a lei seja de fato cumprida e os detidos tenham direito ao cumprimento de suas penas em regime semi-aberto, conforme foi arbitrado pelo próprio STF, que se transformou, segundo alguns juristas, em um “tribunal de exceção”, durante o julgamento da Ação Penal 470, conhecida com auxílio da mídia conservadora, como o caso do “mensalão”.
A reunião teve a participação do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas e de dirigentes de diversas entidades como o MST, Comerciários e dos partidos PT e o PCdoB, entre outros. Os participantes também mostraram preocupação com a possibilidade de prisão, nas próximas horas, do deputado federal do PT, João Paulo Cunha.
O jornal Unidade, órgão oficial do SJSP, traz em editorial na última edição de 2013, uma defesa dos dirigentes políticos que, na opinião da direção da entidade, foram injustamente detidos:
“O Supremo Tribunal Federal (STF) transformou em espetáculo midiático o julgamento do chamado “mensalão”, criando uma situação de desconforto entre juristas que viram retrocessos e atropelos no direito de ampla defesa dos réus. A forma truculenta com que o presidente do STF tratou o caso resultou na prisão de pessoas com história de luta pela conquista da nossa ainda jovem democracia e causou protestos e embaraços políticos que ainda estão longe de seu fim.
Este foi o mesmo tribunal que, em 2009, decidiu pelo fim da obrigatoriedade de formação superior específica para o exercício do Jornalismo. A direção do SJSP entende que as decisões equivocadas do STF devem ser revistas”.
Vagner Freitas, presidente da CUT (ao centro), na reunião no SJSP. Foto de André Freire.