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SJSP sedia homenagem ao centenário de Joaquim Câmara Ferreira

SJSP sedia homenagem ao centenário de Joaquim Câmara Ferreira


 

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Na manhã desta quinta-feira (5), a rua Joaquim Câmara Ferreira, localizada no Jardim Tereza – Vila Brasilândia, foi o palco da primeira de duas celebrações que serão realizadas hoje em homenagem ao centenário do jornalista Joaquim Câmara Ferreira, sindicalizado nº 432 do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP). Ele completaria 100 anos nesta data.

Na atividade, feita na rua que hoje leva seu nome, estavam presentes o filho de Câmara, Roberto Cardieri Câmara, o presidente do SJSP, José Augusto Camargo (Guto), o ex-presidente da entidade, Antonio Carlos Fon, a dirigente Denise Fon, membro da Comissão de Ética e André Freire, secretário geral do Sindicato, além de diversos representantes de entidades dos movimentos sociais e sindicais.

A segunda homenagem acontece na noite desta quinta-feira (5) no auditório Vladimir Herzog do SJSP, Rua Rêgo Freitas, 530 – sobreloja. A entrada é livre e a atividade começa às 19 horas.


Quem foi Joaquim Câmara Ferreira

Joaquim Câmara Ferreira, sócio de número 432 do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) nasceu em São Paulo e foi diretor de vários jornais do PCB, ao qual se filiou em 1933.

Com o início do Estado Novo, em 1937, partiu para a vida clandestina Detido pela polícia política da ditadura Vargas na gráfica do PCB, onde estava trabalhando, ficou vários anos preso e foi muito torturado, a ponto de perder definitivamente as unhas das mãos. Em 1946, Toledo, ou Velho, como também era conhecido, elegeu-se vereador em Jaboticabal, interior de São Paulo, mas perdeu o mandato quando foi cassado o registro do PCB.

Em 1964 foi preso por fazer uma conferência para operários em São Bernardo do Campo sobre “o papel da imprensa na luta pelas reformas de base”. Libertado pouco tempo depois, foi condenado à revelia a dois anos de reclusão. Participou da elaboração do “Manifesto do Agrupamento Comunista de São Paulo” em 1967, que provocaria uma cisão no PCB e a criação da Ação Libertadora Nacional (ALN). Quando Carlos Marighella foi morto pela equipe do delegado Sérgio Paranhos Fleury, em novembro de 1969, em São Paulo, Câmara Ferreira estava em Cuba, mas logo voltou ao Brasil para assumir o comando da ALN no lugar de Marighella.

Menos de um ano depois, no dia 23 de outubro de 1970, por volta das 19 horas, Câmara Ferreira foi preso, também pela equipe do delegado Fleury, no bairro de Moema. A tortura começou já no carro de polícia que o levou para o sítio clandestino de Fleury, onde morreu após algumas horas de maus-tratos. A nota oficial do DOPS paulista atribuiu a morte do dirigente da ALN a problemas cardíacos resultante do fato de ter reagido à prisão e lutado com os policiais.

Essa versão, entretanto, foi desmentida pela presa política Maria de Lourdes Rego Melo, que relatou a prisão de Toledo, a viagem ao sítio de Fleury e a morte sob tortura. Câmara Ferreira chegou a ser atendido por um médico, levado pelo delegado para que o mantivesse vivo por mais tempo na tentativa de conseguir informações relevantes sob tortura. O corpo de Câmara Ferreira foi sepultado pela família no Cemitério da Consolação.

Foto: Guto fala no ato político realizado no bairro da Brasilândia – André Freire

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