O Carnaval é o maior espetáculo popular do Brasil, expressão de nossa cultura e origens, e também de luta e resistência. Infelizmente, em uma sociedade em que o discurso e as práticas de ódio insistem em persistir, o espetáculo da alegria pode ser um fator de risco para nossa categoria, que estará realizando a cobertura da festa.
No final de semana de 22 e 23 de fevereiro, véspera das comemorações oficiais do Carnaval, centenas de blocos saíram pelas ruas das cidades de todo o país. Em alguns locais, entretanto, a diversão foi ofuscada por atos de violência contra jornalistas.
Um dos casos mais graves ocorreu contra o escritor e jornalista Marcelo Rubens Paiva, cadeirante de 65 anos, que foi agredido durante um desfile do bloco Baixo Augusta, em São Paulo. No mesmo bloco, um repórter fotográfico da Folha de S. Paulo também sofreu agressões, por parte de seguranças do próprio Baixo Augusta. O profissional foi contatado pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), que expressou seu apoio e assistência após o episódio de violência.
O SJSP e a Fenaj estão atentos à escalada de agressões contra profissionais de imprensa, alertam as autoridades e organizadores dos blocos e desfiles para a necessidade de garantir a segurança de todas as pessoas e orienta jornalistas a exercerem o direito de interromper o trabalho em caso de ameaça grave à sua segurança.
Alertamos também às empresas de comunicação a sua responsabilidade sobre a segurança de empregados, frilas e trabalhadores(as) pejotizados que estejam designados para cobrir o Carnaval.
Caso você, jornalista, seja vítima de qualquer tipo de agressão ou tentativa de cerceamento do trabalho, o Sindicato estará à sua disposição para prestar a assistência necessária, como apoio no registro do Boletim de Ocorrência e identificação e responsabilização dos responsáveis pela agressão.
Reafirmamos a intransigente defesa da democracia: a agressão a um(a) jornalista não é apenas uma violência contra um indivíduo, mas um ataque direto à liberdade de expressão e à democracia.
Contatos do plantão do Sindicato dos Jornalistas para casos de violências:
(11) 99900-0088 – Alexandre Linares
(11) 99154-5261 – José Eduardo Souza
(11) 91372-7285 – Thiago Tanji