Cansado de ouvir promessas não cumpridas por parte da Editora Três – que publica os títulos ISTOÉ, Dinheiro, Dinheiro Rural, Motor Show, Planeta e Menu – o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), junto ao Sindicato dos Trabalhadores Administrativos de Jornais e Revistas, decidiu recorrer à Justiça para tentar pôr fim a uma série de irregularidades trabalhistas cometidas pela empresa, como o não pagamento de salários dos funcionários, cujo atraso já chega há três meses.
É certo, para a entidade, afirma a direção do SJSP, que havendo ou não lucro, estando ou não em crise, a empresa tem a obrigação de fazer o pagamento dos salários de seus empregados, já que essas verbas têm uma natureza alimentar e devem ser quitadas independentemente da saúde econômica e financeira do empregador.
“É gravíssima a situação que passam os jornalistas da editora. A maioria dos profissionais está com o nome negativado ou pendurado no cheque especial”, afirma Paulo Zocchi, presidente do SJSP. “Esperamos que o recurso à Justiça ajude a resolver o problema”.
Além dos salários atrasados, a Editora Três é contumaz descumpridora de acordos e de direitos trabalhistas. Um exemplo do descaso com o cumprimento das leis é que a empresa não pagou o 13º salário de 2018, apesar de distribuir o holerit referente ao pagamento e, ainda, entregar aos funcionários o informe anual de imposto de renda constando a “quitação” do 13º.
As lista de irregularidades na Editora Três é enorme. A empresa não deposita o FGTS dos funcionários, não paga horas extras e tem fraudado o vínculo empregatício de dezenas de jornalistas, precarizando suas condições de trabalho.
“Já que as negociações com a empresa não são cumpridas, temos que buscar todos os meios para a reparação das irregularidades, incluindo a Justiça”, diz Zocchi. “É hora de dar um basta a isso. Os trabalhadores, que cumprem corretamente todos os seus deveres, não podem ser tratados desta forma desumana”, conclui o sindicalista.