O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) repudia o compartilhamento em Rede Social (Facebook) de publicação feita no dia 13 de fevereiro pela presidente da Fundação Ilumina, a médica Christianne Guilhon Martelotta Amalfi. A médica compartilhou duas publicações de um perfil possivelmente “fake” de Fiorella Beretta Di Borgo. Numa publicação aparece uma fotomontagem grosseira: uma moça de costas, na rua, à noite, carregando uma bolsa. Ela usa saia curta e uma blusa “tomara que caia” onde se lê “Folha”, numa alusão ao jornal Folha de São Paulo e à jornalista Patrícia Campos Mello, que vem sendo atacada pelo presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores. O texto diz: “ Jornalista indo às ruas em busca de mais um ‘furo’”, reafirmando a absurda declaração do próprio presidente. Na outra publicação o tom é ainda mais agressivo: “ Em qualquer lugar do mundo quem oferece sexo em troca de favores é puta!!! No Brasil é jornalista”. Assim a inaceitável ofensa se estende a todas as jornalistas do país.
Patrícia Campos Mello apresentou à Justiça uma ação com pedido de indenização por danos morais contra Jair Bolsonaro. Os advogados dela também iniciariam processos cíveis contra Hans River do Nascimento, ex-funcionário de uma agência de disparos de mensagens que acusou a jornalista de oferecer favores sexuais em troca de informações durante a CPI das Fake News e contra o apresentador do canal online Terça Livre, Allan dos Santos.
Diante de tamanha provocação e insulto à honra e a dignidade das mulheres jornalistas, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo repudia a atitude da médica que preside uma conhecida instituição no município de Piracicaba. Felizmente as publicações já foram apagadas. Mas tal atitude não invalida o seu deletério posicionamento público. Ao compartilhar o ataque grosseiro e vergonhoso que ofende as jornalistas brasileiras, a profissional coloca em risco a reputação de tão importante Instituição de Saúde da cidade de Piracicaba e região.
O Sindicato dos Jornalistas solicita que a médica Christianne venha a público se retratar junto às jornalistas que ofendeu profundamente. Não toleraremos mais esse tipo de agressão porque a liberdade de expressão não pode ser escudo para a disseminação do ódio. A sociedade brasileira não pode referendar o crescimento da escalada da violência expresso em ataques que ferem o exercício profissional do jornalismo, os Direitos Humanos e as liberdades individuais.
A Imprensa, como qualquer outra instituição, é passível de críticas. Mas neste caso o que ocorreu foi uma agressão desmedida contra as mulheres jornalistas e a atividade jornalística. Essas ofensas nas redes sociais configuram ataques à Democracia e merecem nosso repúdio.