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Sindicato quer homenagem a Joaquim Câmara Ferreira

Sindicato quer homenagem a Joaquim Câmara Ferreira


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A direção do SJSP solicitou à Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, o estudo de uma forma de homenagear o centenário do jornalista Joaquim Câmara Ferreira, ou Toledo, morto sob tortura pela ditadura militar em 1970. Ele completaria 100 anos no dia 5 de setembro de 2013.
O SJSP atende a uma solicitação do Comitê Paulista pela Memória e Justiça de São Paulo que se reúne com frequência no auditório Vladimir Herzog do Sindicato.
Quem foi Joaquim Câmara Ferreira
Joaquim Câmara Ferreira, sócio de número 432 do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) nasceu em São Paulo e foi diretor de vários jornais do PCB, ao qual se filiou em 1933.
Com o início do Estado Novo, em 1937, partiu para a vida clandestina Detido pela polícia política da ditadura Vargas na gráfica do PCB, onde estava trabalhando, ficou vários anos preso e foi muito torturado, a ponto de perder definitivamente as unhas das mãos. Em 1946, Toledo, ou Velho, como também era conhecido, elegeu-se vereador em Jaboticabal, interior de São Paulo, mas perdeu o mandato quando foi cassado o registro do PCB.
Em 1964 foi preso por fazer uma conferência para operários em São Bernardo do Campo sobre “o papel da imprensa na luta pelas reformas de base”. Libertado pouco tempo depois, foi condenado à revelia a dois anos de reclusão. Participou da elaboração do “Manifesto do Agrupamento Comunista de São Paulo” em 1967, que provocaria uma cisão no PCB e a criação da Ação Libertadora Nacional (ALN). Quando Carlos Marighella foi morto pela equipe do delegado Sérgio Paranhos Fleury, em novembro de 1969, em São Paulo, Câmara Ferreira estava em Cuba, mas logo voltou ao Brasil para assumir o comando da ALN no lugar de Marighella.
Menos de um ano depois, no dia 23 de outubro de 1970, por volta das 19 horas, Câmara Ferreira foi preso, também pela equipe do delegado Fleury, no bairro de Moema. A tortura começou já no carro de polícia que o levou para o sítio clandestino de Fleury, onde morreu após algumas horas de maus-tratos. A nota oficial do DOPS paulista atribuiu a morte do dirigente da ALN a problemas cardíacos resultante do fato de ter reagido à prisão e lutado com os policiais.
Essa versão, entretanto, foi desmentida pela presa política Maria de Lourdes Rego Melo, que relatou a prisão de Toledo, a viagem ao sítio de Fleury e a morte sob tortura. Câmara Ferreira chegou a ser atendido por um médico, levado pelo delegado para que o mantivesse vivo por mais tempo na tentativa de conseguir informações relevantes sob tortura. O corpo de Câmara Ferreira foi sepultado pela família no Cemitério da Consolação.

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