O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) lamenta a morte do rabino Henry Sobel, ocorrida nesta sexta-feira (22), nos Estados Unidos.
Norte-americano, Sobel viveu por 43 anos no Brasil e teve papel fundamental no momento da morte do jornalista Vladimir Herzog, assassinado sob tortura em 25 de outubro de 1975, durante a ditadura militar. A versão das autoridades, na época, era de morte por suicídio. Segundo as tradições judaicas, os suicidas são enterrados em ala separada dos demais, mas o rabino contestou a versão oficial para a morte jornalista e determinou que ele fosse enterrado fora da ala reservada.
Além de contestar a versão oficial, Sobel celebrou um culto inter-religioso em homenagem a Herzog, juntamente a Dom Paulo Evaristo Arns e ao reverendo James Wright, que se tornou uma importante manifestação contra a ditadura militar na Catedral da Sé, em São Paulo, reunindo cerca de 8 mil pessoas.
Para o Sindicato, a luta de Sobel pelos direitos humanos e sua atuação durante a ditadura militar brasileira foram essenciais para denunciar os acontecimentos para a sociedade brasileira (que vivia sob o tacão da censura) e no exterior.
De acordo com informações da imprensa, o rabino será sepultado no Woodbridge Memorial Gardens, em Nova Jersey, no domingo, dia 24.
Henry Sobel faleceu em decorrência de complicações causadas por um câncer. Ele deixa esposa e filha.