No mesmo momento em que o governo do Acre decreta “emergência social” por causa da falta de condições para acolher os milhares de haitianos que, fugindo da miséria, chegaram àquele Estado nos últimos anos, o senador haitiano Jean Charles Moise visita o Brasil para defender a retirada das tropas brasileiras que ocupam o seu país. A onda migratória de haitianos para o Brasil — com entrada em nosso território pelo Acre — cresce na proporção em que a ocupação do Haiti, por forças da ONU, não aponta nenhuma esperança ou melhoria, mas somente repressão e negação da soberania ao povo haitiano. A solução, na opinião do senador Moise, é o “respeito à dignidade do povo haitiano com a retirada das tropas”.
Em giro pelo país, o senador Moise participa de atividades em Brasília, Juiz de Fora e São Paulo pela retirada das tropas da ONU, lideradas pelo Brasil. Moise atende a convite do Comitê “Defender o Haiti é Defender a Nós Mesmos”, que prepara a Conferência Continental em 1º de Junho no Haiti, cuja bandeira central é a saída da Minustah (missão militar da ONU), que há quase nove anos ocupa o país.
Em Juiz de Fora, o senador Moise participou de uma Audiência Pública na Câmara de Vereadores organizada pelo vereador Roberto Cupolillo (PT), que reuniu mais de 150 pessoas.
Em Brasília, nesta terça-feira (16/4), o senador se reunirá com a Comissão de Relações Exteriores da Câmara Federal, presidida pelo deputado Nelson Pellegrino. Ainda na capital federal, na quarta (17/4), será recebido no Senado pelos senadores Paim (PT/RS), Suplicy (PT/SP), Lídice da Mata (PSB/BA) e Ana Rita (PT/ES) . Nesta mesma noite, participará de ato público organizado pela CMS e CUT DF.
Em outubro de 2012, o senador Moise integrou uma delegação internacional que compareceu à ONU para exigir a retirada das tropas. Por proposta sua, o Senado haitiano aprovou uma moção no mesmo sentido.
Em São Paulo, na quinta-feira (18/4), a partir das 19h, participará de um ato na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, com a presença do deputado estadual Adriano Diogo (PT-SP), da deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) e da vereadora paulistana Juliana Cardoso (PT-SP), além de representantes do SOS Racismo, CUT, MST, Movimento Negro Unificado (MNU), Juventude Revolução, Jubileu Sul, Secretaria de Combate ao Racismo DM PT-SP, corrente O Trabalho do PT, Consulta Popular, Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, Sindsep e Sinpro ABC.
Texto de Barbara Corrales – Comitê “Defender o Haiti Defender a Nós Mesmos”