Na manhã desta segunda-feira, 31 de maio, o perfil no Instagram do Nós, mulheres da periferia foi invadido, em mais um ataque à liberdade de imprensa. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, que já contatou as jornalistas, lamenta o ocorrido e se coloca à disposição para tomar as medidas cabíveis.
O veículo informou ao SJSP que já contatou o Facebook e aguarda as devidas providências. Em nota oficial, o veículo lamenta que as fotos de mais de 7 anos de trabalho tenham sido apagadas e fotos aleatórias estejam sendo publicadas no perfil.
Ao serem contatadas pelo Sindicato, uma das jornalistas caracterizou o feito como um ataque à liberdade de imprensa e afirmou desconhecer sua origem.
Leia abaixo a nota do Nós, mulheres da periferia
“Acordamos na manhã de hoje, 31 de maio, e não conseguimos entrar no nosso perfil no Instagram. Nossas fotos de mais de 7 anos de trabalho, comprometido com as histórias e vozes das mulheres, foram todas apagadas. E, no lugar, estão sendo publicadas imagens aleatórias.
O Nós já entrou em contato com o Facebook, e estamos aguardando as devidas providências. No entanto, precisamos muito da ajuda de vocês para visibilizar mais esse caso de ataque à liberdade de imprensa no Brasil.
Outras mídias independentes foram invadidas nos últimos tempos, como a Ponte Jornalismo e Portal Catarinas, que, assim como o Nós, denunciam e jogam luz aos desmontes do atual governo e a violência contra mulheres e contra a população negra.
Não por acaso, a invasão ocorreu um dia depois da realização da cobertura do Ato Fora Bolsonaro no último sábado (29). No próprio dia do Ato, durante a cobertura, recebemos uma série de comentários racistas, como “negras, burras” em uma das postagens.
O Brasil ocupa a 107ª colocação no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa de 2020 estabelecido pela Repórteres sem fronteiras. Ao longo de 2020, 580 casos de ataques contra a imprensa foram registrados no monitoramento realizado pela RSF.
O Nós reafirma seus valores como mídia independente, negra e periférica, principalmente nesse momento de pandemia, no qual mulheres negras e da periferia são dos grupos mais atingidos pela crise sanitária. Por isso, precisamos continuar contando nossas histórias, para que mais mulheres tenham acesso à informação como um direito universal.”