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Nesta sexta 5/9 às 11h, em Santos, movimentos vão protestar contra embarque de aço da Villares no navio “MSC Leila”, com destino a Israel; carga foi vendida a empresa que produz munições

Redação

Movimentos sociais, partidos e coletivos engajados na luta contra o genocídio em Gaza promoverão um ato público diante da Autoridade Portuária de Santos nesta sexta-feira, 5 de setembro, às 11h, contra a exportação de 56 toneladas de aço brasileiro para Israel, onde essa carga será utilizada na fabricação de munições a serem empregadas pelo Exército israelense contra os palestinos e outros povos da região.

A carga de aço seguirá pelo navio de bandeira liberiana “MSC Leila” até Roterdã, na Holanda, de onde será transportada para o “ZIM America”, com chegada prevista em Haifa, Israel, em 17 de outubro. Depois de várias mudanças de data, a partida do “MSC Leila” estava prevista para ocorrer nesta quinta, 4 de setembro, mas não está descartada nova alteração.

Trata-se de 48 caixas de barras de aço de duplo uso, distribuídas em dois contêineres de 28,23 toneladas cada, com destino ao porto de Haifa, em Israel. A exportadora é a empresa brasileira Villares Metals (Brasil) e a importadora é a IMI Systems, subsidiária do grupo empresarial israelense Elbit Systems, que é talvez a principal produtora de armas e equipamentos militares de Israel. As informações foram levantadas pelo movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções a Israel, conhecido pela sigla BDS.

Nesta quinta à tarde, a mobilização contra o embarque da carga da Villares envolveria a apresentação e possível votação, na Câmara Municipal de Santos, de uma moção de repúdio apresentada pela vereadora Débora Camila (PSOL), e a realização de uma manifestação e distribuição de panfletos no entorno da casa. O mote da campanha reúne duas palavras de ordem: “Bloqueio ao navio: sem aço brasileiro para o genocídio palestino — rompimento já de relações com Israel”.

Além das manifestações convocadas para hoje e amanhã na cidade, outras iniciativas foram encaminhadas por parlamentares. A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL) e a vereadora Débora protocolaram uma representação ao Ministério Público Federal (MPF) solicitando medidas cautelares para impedir a saída da carga do porto. E os vereadores que compõem a bancada de esquerda na Câmara Municipal — Marcos Caseiro (PT), Francisco Nogueira (PT), Benedito Furtado (PSB) e Débora — protocolaram um requerimento urgente solicitando informações à Autoridade Portuária de Santos sobre a carga, as licenças para exportação e pareceres técnicos a respeito do possível uso militar do carregamento.

A exportação desse aço para Israel, caso realmente seja consumada, afronta as declarações do Brasil quanto à ocorrência de genocídio em Gaza e a decisão de suspender exportações militares para aquele país, bem como desrespeita o Tratado sobre o Comércio de Armas (ATT), as resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) e as decisões da Corte Internacional de Justiça (2024), que apontaram a ocupação israelense como ilegal.

“A sociedade civil e a imprensa são chamadas a pressionar as autoridades brasileiras para a revogação imediata da licença de exportação, evitando que o aço produzido no Brasil seja utilizado em ataques contra civis palestinos em Gaza”, advertem grupos como o coletivo Palestina Livre Baixada Santista e a Frente Palestina de São Paulo.

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