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Mapa da Violência Política revela ataques às minorias sociais

Mapa da Violência Política revela ataques às minorias sociais

O Mapa da Violência Política no Brasil foi lançado na noite desta terça-feira (23), no auditório Vladimir Herzog, durante o ato público “Temos lado no 2º turno! Pela democracia e direitos!”, realizado pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), na sede da entidade, no centro paulistano.

A plataforma interativa e colaborativa, acessível pelo site Opera Mundi, reúne casos de violência com motivação política ocorridos desde o dia 7 de outubro.

“É um levantamento relevante por permitir que tivéssemos noção do que está ocorrendo no território nacional”, afirma Aroldo Ceravolo, um dos jornalistas participantes da iniciativa.

De acordo com os dados apresentados por Ceravolo, desde o surgimento do mapa, foram 133 registros, dos quais seis (4,5%) resultaram em morte e outros 42 (31,5%) são de lesão corporal. Do total de casos, quase 16% são com armas de fogo ou armas brancas. 6,7% são de violência contra jornalistas e 4,5% contra pessoas trans.

As estatísticas mostram que, até o momento, os casos se concentram nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, mas atingem também pequenas cidades de outras regiões brasileiras, afirma o jornalista Alceu Castilho, idealizador do Mapa da Violência Política. “Existem casos das regiões Centro-Sul e outros rincões do país. A questão é que a mídia não divulga e muitas vítimas têm medo de denunciar. Há uma subnotificação”.

Castilho alerta que os 133 casos registrados desde 7 de outubro são uma “pequena amostra de outras centenas, para não dizer de milhares de casos de ameaças, por conta de orientação política, ou por causa da cor de alguma roupa e de algum acessório que a pessoa usa no corpo”.

Na avaliação de Castilho, os protestos de 2013 fomentaram uma “rubrofobia” no Brasil e que a violência hoje atinge mesmo quem não está identificado usando roupas ou acessórios relacionados à qualquer partido político “Há ataques contra indígenas, negros, LGBTs e mulheres que têm ocorrido com falas como ‘viva Bolsonaro!'. Essas minorias estão as principais atingidas”.

Ainda segundo Castilho, as fake news se tornaram estratégia da “tirania” e da propagação de uma violência em geral. “Esse discurso supremacista, racista, misógino, homofóbico, vem de algum tempo e o Bolsonaro não é inventor desse país escravocrata. Isso é um alerta para todos os movimentos sociais e não só o que nos atinge como jornalistas”, finaliza.  

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