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Jornalistas do Correio Popular exigem pagamento de dois salários para encerrar greve

Jornalistas do Correio Popular exigem pagamento de dois salários para encerrar greve

Em assembleia virtual, os jornalistas do jornal Correio Popular de Campinas reafirmaram a continuidade de sua greve, que chega hoje ao 23º dia, e encaminharam para a empresa, ainda na noite de ontem, sua proposta para encerrar a paralisação. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, ao comunicar a proposta, também se dispôs a sentar imediatamente com a Rede Anhanguera de Comunicação, que publica o jornal, para debater a situação.

A greve foi deflagrada em 18 de janeiro contra o atraso no pagamento de salários que, para os profissionais mais antigos, já passa de 20 meses (incluindo os 13ºs). Em sua proposta para encerrar a greve, os jornalistas apresentam a seguinte pauta de reivindicações:
a) Pagamento imediato de dois salários atrasados;
b) garantia de manutenção por um ano do plano de saúde vigente no caso de demissão;
c) apresentação de uma confissão de dívida por parte da empresa, incluindo todos os atrasados, como salários, 13ºs, FGTS e multas por atraso, no momento de demissão;
d) cada jornalista recebe a discriminação das suas verbas rescisórias, incluindo a multa por demissão no período de “estabilidade provisória” após a redução de salários e a multa do 477 (um salário), no momento de demissão;
e) encaminhamento de acordo coletivo para enviar imóveis de propriedade da RAC para leilão judicial a fim de cobrir o conjunto dos direitos trabalhistas dos atuais e ex-funcionários da empresa.

A assembleia aprofundou o debate sobre a política antisindical da RAC, que montou ilegalmente uma redação fura-greve, recrutando jornalistas como PJs para garantirem a publicação do jornal, enquanto a greve dos jornalistas contratados é total. A situação torna-se ainda mais revoltante, pois a empresa alega que não tem dinheiro para pagar nada do que está atrasado a seus funcionários, mas é de se supor que irá remunerar os fura-greves, somando uma ilegalidade à outra.

Não se pode aceitar como normal que, no único jornal diário de Campinas, a empresa haja como se não existisse leis nem regras, e dezenas de profissionais possam ver seus legítimos pagamentos serem sonegados pela empresa, que decide destinar recursos para tentar quebrar o movimento de luta contra as ilegalidades da empresa.

É indiscutível que os jornalistas demonstram uma grande disposição para negociar, ao aceitar encerrar seu movimento grevista com o pagamento de uma pequena parcela do que a empresa lhes deve (dois salários) e um ano de plano de saúde, encaminhando o restante – com base em confissão de dívida – para pagamento futuro, a partir do leilão judicial dos bens da RAC. Frente às atitudes de desrespeito à lei, ao direito de greve e à dedicação por anos do conjunto da redação, a greve dos jornalistas da RAC continua com força e determinação, por direitos incontestáveis.

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