Por uma pequena margem, os jornalistas de Rádio e TV recusaram a última proposta da Campanha Salarial apresentada pelo sindicato patronal. No total votaram 523 profissionais, dos quais 274 optaram pelo Não (52,39%) e 249 pelo Sim (47,61%).
Com a decisão soberana da categoria, a direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) já encaminhou aos patrões o comunicado para que as negociações tenham continuidade e organizará a luta para que os trabalhadores conquistem índices mais condizentes com o faturamento das empresas, que tiveram grande lucratividade em 2014, sobretudo no segmento de TV.
Para se ter uma ideia de como os patrões lucraram no ano passado, basta dizer que a verba publicitária ficou concentrada basicamente em TV (cerca de 70% do valor aplicado pelo mercado) e ultrapassou os R$ 16 bilhões. Já as Rádios também não têm do que se queixar, já que juntas faturaram cerca de R$ 1 bilhão. Estes dados foram revelados pelo Projeto Inter-meios, que faz uma importante amostragem do desempenho do setor.
O plebiscito para consultar a categoria teve início nas redações na última terça-feira (13) e se estendeu até a última sexta-feira (16). Os jornalistas reivindicam reajuste salarial de 10% (INPC + aumento real) e votaram não na proposta patronal por que consideram que os empresários possuem margem para desembolsar um aumento melhor para os salários, assim como na PLR e em outros itens econômicos da pauta de reivindicações.
A última proposta apresentada empresários (que foi rejeitada no plebiscito) previa reposição da inflação de 6,33% nos salários e para o piso salarial de 5 horas, reajuste de 7,4% para Capital (passando a R$ 2.100,00), 7,9% para municípios com mais 80 mil habitantes (indo a R$ 1.365,00) e 6,4% para com menos de 80 mil (subindo a R$ 1.314,00).