Empresa quer burlar Justiça e comete prática antisindical
A direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) vem a público denunciar que a empresa O Estado de S. Paulo vem mantendo há meses uma política para mascarar o processo de demissões em massa que vem ocorrendo desde final do ano passado. Somente em fevereiro, mais de 10 profissionais foram demitidos e há boatos de que as dispensas continuarão nos próximos dias.
Nesta semana, a empresa demitiu o diretor do SJSP, Alessandro Giannini, que trabalhava na editoria de Internacional. Hoje, o Sindicato protocolou documento solicitando a interrupção das demissões, recondução do diretor ao cargo e uma reunião de emergência para tratar desses assuntos. O Departamento Jurídico do SJSP está tomando as medidas necessárias.
Em outras ocasiões, o SJSP já havia caracterizado as dispensas como sendo um processo de demissão em massa e obteve na Justiça a garantia de negociação prévia e conquistou indenização para os demitidos. Desta vez, tentando evitar uma demanda judicial, a direção da empresa determinou que as dispensas fossem efetuadas a “conta-gotas”.
Um representante do Estadão chegou, inclusive, a afirmar em reunião com o Sindicato que não há nenhum processo de dispensa em massa, mas apenas demissões pontuais sendo que várias das vagas foram repostas, o que é negado por jornalistas da redação e desmentido na prática.
Segundo os trabalhadores, há pressão nas editorias para redução de custos por “haver queda na receita”. O clima na redação é de intranquilidade, já que, segundo as informações, “a empresa pretende privilegiar o portal em relação ao impresso”. Com isso, “os editores passarão a entrar no período da manhã, com foco na homepage de sua editoria e deixarão o impresso para “fechadores” que farão jornada no turno da tarde”.
A direção do Sindicato considera inconcebível a falta de transparência e reitera seu repúdio a qualquer tipo de demissão que por ventura o Estadão esteja planejando e luta pela preservação dos empregos.