Logo do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo
Logo do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Logo da Federação Internacional de Jornalistas
Logo da Central Única dos Trabalhadores
Logo da Federação Nacional de Jornalistas

Eduardo Guimarães diz que ação contra ele foi ‘recado’ a todos que divergem de Moro

Eduardo Guimarães diz que ação contra ele foi 'recado' a todos que divergem de Moro


Em ato de desagravo e repúdio, blogueiro afirmou ter sido vítima vingança do juiz da Operação Lava Jato, denunciou abusos cometidos e prometeu não se calar


O blogueiro Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, voltou a afirmar que a sua condução coercitiva, na manhã da terça-feira (21), a pedido do juiz Sérgio Moro, foi um um ato de vingança, por suas posições políticas e por ter feito representação contra o juiz, no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2015. Ele também afirmou que essa ação não é uma tentativa de calar apenas ele, mas a todos que divergem das posições tomadas pelo juiz.

“Tenho medo de ter medo. Porque o medo obriga a gente a não falar, a ocultar as coisas que a gente tem para dizer e, ao fazer isso a gente deixa de defender os valores democráticos e deixa de defender o direito de expressão”, afirmou o blogueiro Eduardo Guimarães na noite de ontem em ato de desagravo a ele e pela a liberdade de expressão, realizado no Sindicato dos Engenheiros, em São Paulo, que contou com a participação de jornalistas, representantes de movimentos sociais e partidos políticos.

“Eu movi uma ação contra ele junto ao CNJ, em 2015, porque abusou do poder dele e encarcerou uma pessoa por uma semana. Essa pessoa foi exposta em toda a mídia, e ele havia se enganado. Não era a pessoa certa, mas a imagem dessa pessoa vai ficar por aí para sempre. O CNJ arquivou minha queixa. Hoje, nesse dia 21 de março, ele me deu razão, ele abusa do poder que tem”, explicou Eduardo, que afirmou que o juiz Sérgio Moro parece acreditar que é um super-herói, assim como o retratam em veículos e comunidades de direita.

“Isso é muito perigoso para todos nós. O regime está endurecendo”, ressaltou Guimarães, que comparou o atual momento vivido pelo país com os anos entre 1964 e 1968, quando o golpe já havia sido dado pelos militares, mas o regime ainda não tinha endurecido, como ocorreria a partir do AI-5, que desencambou para a tortura e repressão aberta.

Eduardo Guimarães, assim como o jornalista Renato Rovai, ressaltaram que os protestos contra a ação arbitrária promovida contra ele e as manifestações de solidariedade vieram até mesmo de jornalistas da grande imprensa. Ele também relatou telefone que recebeu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que comparou a ação arbitrária sofrida pelo blogueiro àquela vivenciada por ele, em março do ano passado, também levado para depor de maneira coercitiva, em outra ação pirotécnica da PF.

O ator Sérgio Mamberti também comparou o ocorrido com os anos de chumbo da ditadura, em especial o caso envolvendo o jornalista Vladimir Herzog, o Vlado, morto nas dependências do DOI-Codi, em outubro de 1975, após ter sido intimado para depor.

“Quem sofreu com a ditadura sabe que esse processo que está instalado no Brasil é um processo ilegítimo, golpista e ditatorial. Eu era muito próximo do Vladimir Herzog. Ele foi levado da mesma maneira, para testemunhar – a única diferença era que era um general – foi levado coercitivamente. Também chegaram de madrugada, quando levaram o Vladimir. No final da tarde, entregaram o cadáver dele.”

Já o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) João Paulo Rodrigues comparou as ações contra Eduardo Guimarães aos abusos cometidos pela polícia, que adentraram a Escola Florestan Fernandes sem qualquer amparo legal. “Tenho certeza, como se diz lá na roça, que a gente só joga pedra em árvore que dá fruto. Conte com as foices do MST.”

O jornalista Rodrigo Vianna também fez duras críticas às ações de Sérgio Moro. “Esse juiz que veste camisas negras, que é um privilegiado, que ganha acima do teto constitucional. Um sujeito que divulga telefone de presidente da república, que divulga conversas pessoais da ex-primeira-dama, um sujeito que vai a encontro com políticos do PSDB e fica dando risada e falando no ouvido do Aécio, isso não é um juiz faz tempo. Isso é um justiceiro. Um cara que vai no Facebook e pede apoio popular, é um justiceiro de filme de bangue-bangue, e é assim que temos que trata-lo.”

Leia também: Condução coercitiva de Eduardo Guimarães é censura e ataque à liberdade de expressão

Escrito por: Redação – Rede Brasil Atual

Imagem: Reprodução/Fundação Perseu Abramo

veja também

relacionadas

mais lidas

Pular para o conteúdo