Logo do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo
Logo do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Logo da Federação Internacional de Jornalistas
Logo da Central Única dos Trabalhadores
Logo da Federação Nacional de Jornalistas

Direção da EBC segue intransigente e trabalhadores mantêm greve

Direção da EBC segue intransigente e trabalhadores mantêm greve


Na oitava rodada da Campanha Salarial, direção da Empresa Brasil de Comunicação comunica o fim das negociações. Jornalistas e radialistas continuam protestando contra proposta de reajuste zero e contra a retirada de direitos

Os jornalistas e radialista da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) continuam nesta sexta-feira (17) a greve iniciada na terça-feira (14) em protesto contra o reajuste zero e a retirada de direitos do Acordo Coletivo pela direção da EBC.

Com data base em 1º de novembro, a Campanha Salarial chegou à oitava rodada de negociações na tarde desta quinta-feira (16) e, como nas reuniões anteriores, a direção da EBC não só manteve a intransigência em relação às reivindicações das categorias como anunciou o encerramento das negociações, comunicando os trabalhadores que está preparando um processo judicial.

Por isso, a paralisação dos profissionais segue nas praças de São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Maranhão. Nesta sexta-feira, o piquete começou às 7h em frente às sedes locais da EBC e os trabalhadores continuam concentrados, realizando atos e debates. A partir das 13h, ocorre assembleia nacional para deliberar sobre os rumos do movimento.

Valorização dos profissionais e embate contra a precarização

Desde de que o governo golpista de Michel Temer (PMDB) assumiu, a EBC passa por um processo de desmonte de seu caráter público e a precarização das condições de trabalho é outra face do sucateamento, denunciam os jornalistas e radialistas.

Enquanto as categorias reivindicam 4% de reajuste para reposição da inflação desde a última data base e de perdas acumuladas nos dois últimos anos, a direção da EBC persiste em reajuste zero sobre os salários e sobre outros itens econômicos, como o Ajuda Alimentação, o Auxílio Creche, o Auxílio às Pessoas com Deficiência e o Seguro de Vida em Grupo.

Além de propor o congelamento dos salários e benefícios, os representantes da empresa também querem retirar um conjunto de direitos garantidos no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Na prática, a direção quer desde a exclusão do Vale Cesta Alimentação, que é pago somente nos meses de dezembro e junho, e do Vale Cultura, até o fim quinquênio aos que ingressarem a partir da agora na EBC, entre outros. 

O desmonte também impacta as praças da TV Nacional do Brasil (NBR), à qual a EBC presta serviços por meio de um contrato entre a empresa e a presidência da República. Por isso, em assembleia na terça-feira (14), os trabalhadores aprovaram que nenhum profissional atenderá demandas da NBR que não estejam previstas contratualmente.

As categorias têm a informação de que os serviços prestados pela EBC à NBR serão suspensos no Rio e provavelmente também em São Paulo, o que levará à transferência de jornalistas e radialistas para Brasília. Diante do quadro, os trabalhadores já deliberaram que não aceitarão que nenhum profissional da EBC seja compulsoriamente transferido para o Distrito Federal por conta do fim da TV NBR nas praças.

Como parte da precarização também estão os riscos de terceirizações e, no cotidiano, os trabalhadores já enfrentam aumento dos casos de assédio moral e censura interna aos veículos da empresa, situação já denunciada inclusive em Carta Aberta pelas categorias.

Outra situação de assédio moral denunciada pelos trabalhadores ocorreu durante a greve. O diretor de jornalismo Lourival Macedo ameaçou os grevistas com a perda de direito à gratificação de desempenho

Como Macedo foi indicado ao cargo por uma lista tríplice endossada pelos jornalistas e radialistas da EBC, a retirada do endosso foi outra medida aprovada na assembleia como reação ao assédio.

Escrito por: Flaviana Serafim – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Foto: Ronaldo Werneck/ Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão no Estado de São Paulo

veja também

relacionadas

mais lidas

Pular para o conteúdo