Mais de 100 trabalhadoras(es) da Fundação Padre Anchieta (FPA), mantenedora da TV Cultura, se reuniram em assembleia na sexta (6) em protesto contra a demissão em massa ocorrida nos últimos dias.
Na porta da fundação, jornalistas e radialistas discutiram formas de mobilização contra a intensa precarização, as demissões decorrentes do fim de vários programas da grade da emissora e a política de sucateamento da TV Cultura promovida pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos).
Os funcionários da FPA, incluindo os colegas da TV Câmara e da Jazz Sinfônica, têm salários defasados e convivem com colegas PJs, que desempenham as mesmas funções que celetistas sem direitos trabalhistas, em situação de total precarização.
Oito programas foram suspensos da programação da TV Cultura: Entrelinhas, Estação Livre, Brasil Mostra Sua Cara, Negros em Foco, Legião Estrangeira, Giro Econômico, Balaio e Na Cadência do Samba.
“Em quase 20 anos de TV Cultura nunca vivi uma situação como essa com tantos programas suspensos ou cancelados”, denuncia Luiza Moraes, diretora de ação sindical do Sindicato dos Jornalistas (SJSP).
Conforme a dirigente, já era de conhecimento geral que a situação financeira da FPA vinha se agravando. Mas os funcionários ficaram surpresos com o exposto pela direção da fundação para imprensa de que a falta de receitas está diretamente ligada a publicidade e prestação de serviços para terceiros.
“Há meses ouvimos que o orçamento de custeio foi 100% contingenciado pelo Governo do Estado. Dinheiro que faz falta para pagar despesas básicas. Agora, depois que os fatos recentes se tornaram públicos vem a declaração de que não tem nada a ver com o governo estadual? No mínimo, causa estranheza!”
Assembleia dia 11
A assembleia aprovou propostas de mobilização para construir uma assembleia ampliada, já marcada para quarta-feira (11), às 9h, que também será de campanha salarial, informou Evany Sessa, diretora de base do SJSP: “Precisamos estar unidos neste momento. Todas e todos à assembleia na quarta-feira!”