A experiência de uma cobertura em situações de conflitos foi mote de discussão neste sábado (18), no 17º Curso de Informação sobre Jornalismo em Situações de Conflitos Armados e Outras Situações de Violência, módulo do Projeto Repórter do Futuro realizado pela OBORÉ, Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) e Instituto de Pesquisa, Formação e Difusão em Políticas Públicas e Sociais (IPFD). O Encontro aconteceu no escritório do CICV em São Paulo.
“Isenção jornalística não existe”, apontou Patrícia Campos Mello, repórter na Folha de S. Paulo. Com consolidada carreira na cobertura de conflitos e questões humanitárias, a jornalista foi questionada sobre os limites – morais e profissionais – vividos pelo repórter num cenário complexo como o das guerras, conflitos e violências. “Entre ajudar ou fazer a matéria, eu perco a matéria”, disse.
No entanto, ela reforça que tal ajuda dispendida por um repórter é algo pontual – como entregar um pouco de água ou comida – e não altera muito o contexto. Em suas palavras, numa cobertura de conflitos ou não, o profissional é, antes de tudo, um ser humano.
“Repórter de Guerra”
Recém chegada de Roraima, em reportagem sobre casos de violência contra venezuelanos, Patrícia disse ser contra a glamourização dos profissionais que cobrem conflitos. “Não existe jornalista de guerra, existe repórter”.
Este foi o último encontro de coletivas de imprensa do módulo deste ano. Os estudantes tornarão a se encontrar no dia 15 de setembro para avaliação do curso, juntamente com a coordenação do Projeto e equipe do CICV.
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