Na manhã desta terça-feira, 14 de outubro, mais de 150 jornalistas estiveram presentes em assembleia virtual para avaliar a proposta patronal enviada na última segunda-feira (13). Após quatro meses e meio da organização de assembleias, mobilizações virtuais e duas paralisações, o conjunto da categoria aprovou a assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho.
Diante da enorme intransigência patronal, as e os colegas do segmento de jornais e revistas da capital permaneceram unidos e cruzaram os braços para demonstrar sua enorme indignação. No dia 1º de outubro, dezenas de profissionais se reuniram no Auditório Vladimir Herzog na paralisação com duração de quatro horas.
Conquistas
Para esta Campanha Salarial, houve reajuste no piso salarial em 5,55% (diante de inflação de 5,2%) e valorização de pouco mais de 10% no valor diário do Vale-Refeição, Em novembro: o valor será de R$ 29,00 – um reajuste de 9,43%. Em janeiro de 2026 o valor será de R$ 30,00 um reajuste de 13,21%, com desconto máximo de 20% – uma conquista importante sobretudo para jornalistas que trabalhavam em empresas que realizavam descontos do valor do VR que praticamente inviabilizavam o benefício.
Apesar da luta para que todos os salários fossem reajustados pela inflação, de 5,2%, a categoria aprovou que salários até R$ 14.250 serão contemplados com a correção completa e, acima desses vencimentos, haverá um reajuste único de R$ 741. Uma questão que precisará ser superada nas próximas negociações, assim como a garantia que o pagamento seja feito de maneira retroativa: nesta negociação, os valores dos meses passados serão pagos na forma de abono. A Convenção Coletiva de Trabalho será assinada nos próximos dias e ficará disponível no site do Sindicato para consulta.
Esclarecendo que o reajuste é aplicado sobre o salário total e o abono corresponde ao reajuste salarial de cada um multiplicado por 3 (meses de junho, julho e agosto) mais a eventual diferença do reajuste antecipado em setembro. Por exemplo, no caso do piso, será 16,65% do salário + eventuais diferenças de setembro. Se for superior ao piso e até R$ 14.250,00, então será aplicado 15,6%+ eventuais diferenças de setembro. Superior a essa faixa, o abono será de R$ 2.223,00 mais eventuais diferenças de setembro.
Avaliação coletiva
Na assembleia, colegas avaliaram como positiva a campanha, sobretudo pelo avanço na união e mobilização da categoria. Apesar de algumas e alguns profissionais entenderem que poderíamos ter avançado mais, sobretudo quando conseguimos angariar centenas de jornalistas na paralisação de quatro horas, a principal lição que fica é a necessidade de iniciarmos o quanto antes o processo de negociação e estimular todas e todos os jornalistas do segmento a se engajarem desde o início na Campanha Salarial.
Avançar na organização
A Assembleia também afirmou a necessidade de se preparar para a campanha salarial de 2026, para garantirmos o fim das faixas diferenciadas de reajustes, o pagamento efetivo dos retroativos e mais rapidez na negociação. Para isso é necessário reforçar a organização sindical nos locais de trabalho, anteciparmos a mobilização.
Diante desta importante e histórica negociação, aprendemos enquanto categoria que devemos permanecer juntas e juntos. Para isso, uma decisão fundamental é a sindicalização. Para não apenas resistir diante das empresas, mas efetivamente avançar em conquistas, precisamos de uma entidade forte e apoiada pelos profissionais que a sustentam.
