Na tarde da última quarta-feira, (21), o Ministério Público do Trabalho (MPT) definiu em audiência com a presença da direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), que os jornais Correio Popular e Diário do Povo, ambos pertencentes ao grupo RAC (Rede Anhanguera de Comunicação), não poderão fazer demissão em massa sem que haja prévia negociação coletiva com os sindicatos.
A audiência contou com a participação dos representantes do SJSP – José Augusto Camargo (Guto), presidente do Sindicato, Márcia Quintanilha, secretária de Sindicalização e Agildo Nogueira, diretor da Reginal Campinas – e também de dirigentes dos sindicatos dos Gráficos e da Administração da região. A empresa não mandou nenhum representante. Mesmo assim, a audiência foi considerada vitoriosa pelos sindicalistas, já que na ocasião, o Procurador do Trabalho, Dr. Silvio Beltramelli Neto, fez uma notificação recomendatória à empresa para que a mesma “abstenha-se de promover a dispensa em massa de seus funcionários, sob qualquer hipótese, sem prévia negociação coletiva com os sindicatos das categorias”.
Para o presidente do SJSP, Guto Camargo, a RAC não desrespeitou apenas os trabalhadores e os sindicatos, “mas também a Justiça”. Já o diretor da Regional Campinas, Agildo Nogueira, disse estranhar a postura da empresa já que , na sua opinião, desrespeitar o Ministério do Trabalho é grave. “Para nós, a notificação recomendatória, que obriga a empresa a comunicar o Sindicato em caso de demissões em massa, foi uma vitória”, disse.
Nesta quinta-feira (22), Agildo foi até o prédio da RAC para conversar com os trabalhadores e explicar como foi a audiência de ontem. Para o mês que vem está marcada, no dia 5 de dezembro, uma mesa redonda no Ministério Público de Trabalho para discutir eventuais dispensas. O SJSP espera que, desta vez, a RAC envie seus representantes.
Foto: Márcia Quintanilha – Na mesa, Guto e Agildo (dir.) e dirigentes dos Sindicatos dos Gráficos e de Administração(esq.)