Na quinta rodada de negociações entre o SJSP e o Sertesp (Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo), as empresas mantêm a postura intransigente ao oferecer um reajuste de apenas 4% diante de uma inflação acumulada de 10,95% na data base, de acordo com o índice INPC. A reunião ocorreu na manhã desta terça-feira, 11 de janeiro.
Na mesa, as diretoras e diretores do Sindicato dos Jornalistas reforçaram a difícil situação vivida pela categoria, que vem sofrendo a perda do poder de compra e é pressionada pela alta dos preços de alimentos, aluguéis, combustíveis e demais serviços essenciais.
Os representantes sindicais lembraram também que, apesar de um cenário econômico adverso, as emissoras são o segmento de comunicação que sofreram menos impactos durante a pandemia e ampliaram suas audiências por conta do jornalismo. Para 2022, mesmo com o avanço da variante ômicron, a cobertura de grandes eventos (como a Copa do Mundo) também garantirá expressivos retornos financeiros às empresas.
Além da luta pela recomposição salarial, a pauta de reivindicações da categoria inclui o retorno da PLR – que foi retirada da última Convenção Coletiva – além de outros direitos sociais para jornalistas que trabalham nas emissoras.
Para discutirmos o andamento das negociações e votar uma proposta a ser enviada aos patrões, o Sindicato convoca uma assembleia para o próximo dia 19 de janeiro, quarta-feira. As reuniões serão virtuais e ocorrerão em dois horários, às 10h30 e às 20h.
Surto de covid nas redações
Na mesa de negociação desta terça-feira, os representantes das e dos jornalistas também solicitaram uma reunião com todas as emissoras para abordar o surto de covid-19 que atingiu diferentes redações nas últimas semanas.
Na última sexta-feira, o SJSP contatou a TV Globo para cobrar medidas de proteção aos profissionais: foram relatados dezenas de casos de covid-19 na empresa nos últimos dias. O Sindicato reivindica a que a emissora teste de maneira imediata todas as pessoas que tiveram contato com profissionais infectados nos últimos dias, além de garantir o home office para aqueles jornalistas com sintomas e que ainda não realizaram a testagem.
No comunicado enviado à empresa, reforçamos também a necessidade que os profissionais que porventura sejam diagnosticados com covid tenham a garantia do necessário repouso, com a licença laboral. Documento com conteúdo semelhante também foi enviado à TV Record.
A proposta do SJSP é que a próxima reunião marcada com o sindicato patronal, no dia 18 de janeiro, trate especificamente sobre a segurança dos profissionais que estão trabalhando nas emissoras de rádio e televisão.