Na reunião realizada no final de abril, a Direção Nacional deliberou pelo mais amplo apoio à greve nacional dos professores, convocada para o dia 15 de maio. A categoria tem razões de sobra para deflagrar a greve e a classe trabalhadora tem as mesmas razões para apoiá-la. Os problemas causados pelas medidas adotadas pelo atual governo à educação afetam diretamente os professores e toda a população que depende da educação pública, universal e de qualidade.
Entre as medidas nefastas que estão colocando em risco o sistema educacional brasileiro, apontadas pela CNTE, destacamos:
- Os sucessivos cortes nas políticas educacionais (ensino superior e educação básica) e a ameaça de acabar com a vinculação institucional que assegura recursos para a educação (Fundeb e outras políticas);
- O patrulhamento ideológico nas universidades e a ofensiva Lei da Mordaça (Escola sem Partido ou de Partido Único?);
- A perseguição ao pensamento crítico com enxugamento de verbas para cursos de filosofia e sociologia nas universidades;
- O viés privatista e sectário que fomenta as políticas de vouchers e a educação domiciliar;
- A agressão à gestão democrática e à autonomia das escolas através da militarização escolar;
- A inoperância inescrupulosa do Ministério da Educação, que afeta a qualidade do atendimento público nas escolas, institutos federais e universidades;
- A revogação de inúmeros conselhos de acompanhamento social, impondo retrocessos à gestão democrática estatal.
Os professores vão paralisar o trabalho motivados por questões que afetam toda a classe trabalhadora e a população brasileira, como os ataques desferidos contra a organização sindical, o incentivo ao armamento pessoal e à violência, o estímulo à impunidade contra o extermínio de jovens negros cometido por forças policiais, o avanço sobre terras indígenas e a degradação do meio ambiente efetuados pelo agronegócio, o fim do Ministério do Trabalho, a mudança na política de valorização do salário mínimo e a perversa proposta de reforma da Previdência.
Como vemos, são motivos de sobra para todos os sindicatos apoiarem amplamente a greve nacional dos professores no próximo dia 15, fazendo a sua luta a nossa luta.
O sucesso da paralisação dos professores é fundamental ao processo de acúmulo de forças para a Greve Geral que será realizada no dia 14 de junho.
Orientamos os sindicatos CUTistas a se juntarem aos professores, buscando mobilizar suas bases em apoio à greve do próximo dia 15 de maio.
Sergio Nobre Maria Faria
Secretário Geral Secretária Geral Adjunta