A demissão em massa, seguida do calote dado pela editora Abril em seus jornalistas, administrativos, distribuidores e gráficos demitidos e em freelancers dispensados, completa quatro meses nesta quinta-feira (6) e, para marcar a data, as categorias realizam protesto a partir das 15h, em frente ao Fórum João Mendes (Praça João Mendes nº s/nº, bairro da Liberdade, centro paulistano), onde tramita a recuperação judicial da empresa.
Com a demissão ocorrida em 6 de agosto, perderam o emprego cerca de 800 profissionais celetistas, e, devido ao início da recuperação judicial da Abril no dia 15 do mesmo mês, todos os demitidos tomaram calote da editora e não receberam nem verbas rescisórias nem a multa de 40% do Fundo de Garantia. Outras centenas de freelancers foram dispensados sem receber pelos serviços prestados.
A dispensa coletiva ainda levou ao fechamento de vários títulos da Abril, entre os quais as revistas Arquitetura e Construção, Boa Forma, Casa Claudia, Cosmopolitan, Elle e Minha Casa. Dias depois da demissão em massa, a editora ainda encerrou o Guia do Estudante, publicação que, por meio de nota oficial, a própria empresa havia se comprometido em manter e, com o encerramento, toda a redação do guia também perdeu o emprego.
A manifestação é mais uma das ações que os demitidos e dispensados têm realizado para pressionar publicamente a Abril a pagar o que deve integralmente e o mais rápido possível. Eles reivindicam que os acionistas da editora sub-roguem a dívida, ou seja, que paguem agora o que é devido e que tomem o lugares dos credores trabalhistas na recuperação judicial.
Entre outros protestos para denunciar o calote, os profissionais realizaram manifestações em agosto, outubro e novembro, em frente à gráfica da editora, na Marginal Tietê, zona oeste paulistana, e ainda têm atuado por meio das redes e mídias sociais para pressionar a Abril.
As categorias, organizadas por seus sindicatos, continuam na luta pelo pagamento imediato da dívida porque, pelo plano de recuperação judicial apresentado em 22 de outubro, a quitação da débito pode levar até 18 anos e com forte deságio no valor e, por isso, o plano proposto gerou revolta nos demitidos e dispensados.
A decisão de realizar o protesto em 6 de dezembro foi tomada em assembleia ocorrida na manhã desta terça (27), no Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas, Comunicação e Serviços Gráficos de São Paulo e Região (Stig), no bairro do Brás, na capital paulista. Na reunião, também foi decidido que os sindicatos vão novamente procurar os advogados e representantes da Abril para que respondam aos questionamentos feitos pelas entidades quanto ao pagamento e ao processo de recuperação judicial.
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Protesto contra demissões e os quatro meses de calote da Editora Abril
Data: 6 de dezembro de 2018 (quinta-feira)
Horário: 15h
Local: Fórum João Mendes – Praça João Mendes s/nº – Liberdade – São Paulo – SP