2020 registrou 17 assassinatos a mais que 2019. Assim, a cifra total se eleva a 2.680 jornalistas e trabalhadores nos meios de comunicação assassinados no mundo desde 1990, quando a Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) começou a publicar anualmente o informe com o objetivo de denunciar a crescente crise de segurança que sofrem os jornalistas
As cifras, publicadas pela FIJ este ano, mostram que o número de assassinatos de profissionais dos meios de comunicação está mas ou menos nos mesmos níveis dos anos de 1990.
Entre as principais razões da crise de segurança no jornalismo, o Informe cita o crime organizado, os grupos extremistas e a violência sectárias, que seguem semeando o terror entre os jornalistas, dezenas dos quais perderam sua vida por informar de forma independente em todas as partes do mundo.
“Neste sentido, 2020 não foi uma exceção. O poder do crime organizado no México, a violência de grupos extremistas no Paquistão, Afeganistão e Somália, assim como a intolerância dos grupos partidários das linhas mais duras na Índia e Filipinas têm contribuído para o contínuo derramamento de sangue nos meios de comunicação” declarou o Secretário Geral da FIJ, Anthony Bellanger.
“A FIJ e os 600 mil membros de seus sindicatos afiliados estão com todas as vítimas, suas famílias, amigos e todos aqueles que são presos, submetidos à violência e assediados tanto fisicamente como nas redes” adicionou.
A classificação por países do Informe de 2020 situa o México no topo da lista pela quarta vez em cinco anos, com 14 assassinatos, seguido pelo Afeganistão (10), Paquistão (9), Índia (8), Filipinas (4), Síria (4), Nigéria e Iêmen registraram três assassinatos cada um. Também houve dois assassinatos no Iraque e Somália. Por último, Bangladesh, Camarões, Honduras, Paraguai, Rússia e Suécia registraram um assassinato cada um.
O informe também ressalta o compromisso da Federação de seguir com sua campanha contra a impunidade, pressionando aos governos para que estejam à altura de suas responsabilidades e investiguem todos os assassinatos de jornalistas.
A FIJ propõe a adoção de uma Convenção Internacional para a Proteção e a Segurança dos Jornalistas por parte da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Pela primeira vez, o Informe inclui uma lista de jornalistas que se encontram detidos por suas reportagens e informações. Segundo os dados da FIJ, o número de jornalistas presos em março de 2021 é superior a 229.
“Nenhuma democracia digna pode deter aos mensageiros da liberdade de expressão. Todo dia, a FIJ trabalha ativamente pela liberação imediata e incondicional de todos os nossos companheiros injustamente encarcerados” afirmou Anthony Bellanger.