Nesta segunda-feira, 27 de junho, o jornalista Vladimir Herzog completaria 85 anos. Para homenageá-lo, amigos, artistas e jornalistas se reuniram no último domingo, dia 26, na Praça que leva seu nome e integra o Centro Cultural Elifas Andreato, no centro de São Paulo.
A homenagem ao jornalista integrou o evento Todo Mundo tem que Falar, que acontece no último domingo de cada mês e abre espaço para diferentes manifestações em defesa da democracia e dos direitos humanos.
Já o Instituto Vladimir Herzog (IVH) celebra a data com uma campanha digital 85 anos Vladimir Herzog: espaços de memória, que enaltece lugares de memória que levam o nome do jornalista na capital paulista. O auditório do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo leva o nome do jornalista e, por isso, integra a campanha no IVH.
Sobre Vladimir Herzog
Nascido em Osijek (ex-Iugoslávia, atual Croácia), em 27/06/1937, Vladimir Herzog chegou ao Brasil, com sua família, no final de 1946. Em São Paulo, Vlado passou boa parte da infância e juventude.
Vladimir Herzog iniciou sua carreira como jornalista em 1959 como repórter de O Estado de S. Paulo. O jornalista passou ainda pela TV Excelsior, Rádio BBC de Londres, revista Visão, agência de publicidade J. Walter Thompson, TV Universitária da UFPE, jornal Opinião, TV Cultura e professor de jornalismo da FAAP e da ECA-USP.
Vladimir Herzog foi assassinado em outubro de 1975, quando tinha 38 anos. Ele compareceu espontaneamente à sede do DOI-CODI para depor após ter sido procurado por miltares na TV Cultura, onde trabalhava como diretor de jornalismo. Além de sofrer tortura e violência, forjou-se uma farsa sobre sua morte na qual alegou-se suicídio. A morte de Vladimir Herzog e as mentiras a respeito de seu assassinato tornaram-se símbolo da luta pela democracia e contra a ditadura militar. Quase 500 jornalistas questionaram a versão oficial dada em circunstância da morte de Vlado por meio do documento encaminhado à Justiça pelo Sindicato dos Jornalistas de São Paulo. Posteriormente, o manifesto Em Nome da Verdade foi publicado como matéria paga na edição de 3/2/1976 do jornal O Estado de S. Paulo e subscrito por mais de mil jornalistas.
O manifesto (leia aqui) levanta questionamentos a partir das informações contidas no Relatório do Inquérito Policial-Militar sobre a morte de Vladimir Herzog.