Nota oficial
Na semana em que se comemora o Dia Nacional do Jornalista, 7 de abril, a Federação Nacional dos Jornalistas saúda a categoria e convoca a sociedade brasileira a cerrar fileira na luta em defesa do jornalismo ético e de qualidade. Não é possível assegurar o direito de todos à informação, a defesa das liberdades de expressão e de imprensa, dos direitos humanos e da democracia sem a devida valorização da profissão de jornalista.
Inegavelmente, os jornalistas deram importante contribuição para a derrocada do período de exceção e terror instalado em 1964 e que, por mais de 20 anos, tentou calar milhões de vozes que clamavam por liberdade e democracia. Muitos jornalistas tombaram na luta para manter erguidas tais bandeiras. Não foi em vão. Hoje, as Comissões Nacional e Regionais da Verdade dos Jornalistas trabalham para que o país se reencontre com sua história e para que o respeito aos direitos humanos e a Justiça prevaleçam sobre o obscurantismo que fez da tortura – crime de lesa humanidade – prática corriqueira que fez milhares de pessoas chorarem em solo nacional.
Não obstante, a cultura da violência enraizou-se no Brasil, que figura nos relatórios internacionais de violências contra jornalistas. Casos como a recente agressão de autoridades do governo municipal de Araraquara (SP), que impediram à força que um jornalista participasse de uma entrevista coletiva, ou o assassinato do jornalista e radialista Rodrigo Neto em Ipatinga (MG), são exemplos cruéis desta realidade. Não nos conformamos e não recuaremos. Continuaremos denunciando e cobrando dos patrões, do governo e do Congresso Nacional medidas efetivas de proteção aos jornalistas, de combate à impunidade e de garantias do direito da sociedade à informação.
A FENAJ, os 31 Sindicatos da categoria e os jornalistas, além de combater toda forma de violência, enfrentam lutas difíceis e importantes como combater um dos mais concentrados monopólios de comunicação do mundo, defender a democratização e um novo marco regulatório das comunicações no Brasil, as liberdades de imprensa e de expressão, o retorno da exigência do diploma de jornalismo como requisito para o exercício da profissão, a qualificação da formação acadêmica e novas diretrizes curriculares de Jornalismo, entre outras.
Todas estas lutas, aliadas à constante busca valorização dos jornalistas com melhores salários e condições de trabalho, têm a ética como amálgama estruturador e a qualidade do Jornalismo como objetivo maior, considerando o direito à informação como propriedade de toda a sociedade, não somente de uns poucos.
Nesta semana em que se comemora o Dia do Jornalista, o lançamento do relatório da pesquisa “Perfil do Jornalista Brasileiro” saúda e premia a categoria e a sociedade com os resultados de um exaustivo trabalho de doutorandos e mestrandos na busca de dados primários fornecidos pelos Sindicatos de Jornalistas de todo Brasil, informações viabilizadas pelos cursos de Jornalismo e dados obtidos junto ao Ministério do Trabalho e Emprego.
Certamente esta pesquisa se constitui em importante ferramenta para nos orientar na perspectiva de construção de novos horizontes para os jornalistas e o Jornalismo brasileiros.
Diretoria da Federação Nacional dos Jornalistas
Brasília, 4 de abril de 2013.