A Advocacia-Geral da União (AGU) firmou acordo judicial com a família de Vladimir Herzog, reconhecendo oficialmente o jornalista como anistiado político post-mortem e assegurando reparação pelos danos causados pela sua prisão, tortura e assassinato, em outubro de 1975, nas dependências do DOI-CODI, durante a ditadura militar (1964–1985).
O acordo foi assinado menos de cinco meses após o ajuizamento da ação pela família e prevê o pagamento de cerca de R$ 3 milhões em indenizações, além da manutenção da reparação mensal já recebida por Clarice Herzog, viúva de Vlado. O reconhecimento tem como base a Constituição Federal, a Lei nº 10.559/2002 (que regulamenta o regime do anistiado político) e a sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos, que em 2018 condenou o Estado brasileiro por não ter investigado nem responsabilizado os envolvidos no crime.
A assinatura também representa o coroamento da luta incansável de Clarice Herzog, que jamais silenciou-se diante da violência de Estado e se tornou um dos maiores símbolos da resistência democrática no Brasil.
No próximo dia 26 (quinta), será realizado ato de celebração do acordo na sede do Instituto Vladimir Herzog (IVH), na Rua Duartina, 283, Sumaré, em São Paulo (SP), às 11h. O ato terá a participação do advogado-geral da União, Jorge Messias, além de familiares do jornalista e convidados.
Em memória dos 50 anos da morte de Vladimir Herzog, o Sindicato também realizará duas importantes atividades esta semana.
Na quarta-feira, 25 de junho, às 19h, o Cineclube Vladimir Herzog exibirá o filme Doramundo (1978), de João Batista de Andrade. A sessão é gratuita, aberta ao público, e contará com a presença do diretor e roteirista João Batista de Andrade, amigo pessoal de Vlado, que participará de um debate antes da exibição do filme. Vlado foi um dos roteiristas da obra exibida na sessão.
Na sexta-feira, 27 de junho, às 19h, no dia em que Vladimir Herzog completaria 88 anos, entidades da imprensa realizarão a atividade “Em nome da verdade: 50 anos por Vlado”, que rememorará a publicação do manifesto de mesmo nome, que denunciava o assassinado do colega Vladimir Herzog, ocorrido em 25 de outubro de 1975 por agentes da ditadura militar brasileira.


