Com o apoio de 379 deputados, o texto base da reforma da Previdência foi aprovado em primeiro turno na Câmara após inúmeras negociações, exigências e até liberações de emendas por parte do governo federal – que somam R$ 3 bilhões.
O texto aprovado exige, entre outras regras, a idade mínima para requerer a aposentadoria (65 para homens e 62 para mulheres), o tempo mínimo de 40 anos de contribuição para obter o benefício integral e alteração no cálculo do valor da aposentadoria, que terá o piso do benefício de 60% da média de todas as contribuições feitas pelo trabalhador.
Em São Paulo, na hora em que o plenário da Câmara iniciava a votação, nessa quarta (10), centrais sindicais, sindicatos e movimentos sociais que compõem as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo se reuniam na Avenida Paulista para protestar contra o projeto.
Os manifestantes, entre jovens, adultos e idosos, se concentraram no vão livre do Masp, onde confeccionaram cartazes, entoaram gritos contra o governo e lembraram os retrocessos vivenciados pela população nos últimos sete meses, período em que Jair Bolsonaro está na Presidência (PSL).
“Foi um dia da vergonha, onde explicitamente o governo Bolsonaro comprou os votos para retirar direitos da classe trabalhadora por meio da liberação de verbas. Já nós, do lado de cá, que na luta a forma de construir a persuasão dos deputados é por meio do debate político, mostrando que queremos uma Previdência solidária”, afirmou o presidente da CUT-SP, Douglas Izzo.
No momento do ato, já havia a expectativa de aprovação do texto por conta das inúmeras promessas, que passaram a ser públicas, feitas pelo governo aos parlamentares que apoiassem o projeto. Os dirigentes dos movimentos lembraram, com isso, que ainda há um enfrentamento a ser feito no Senado, próxima etapa de votação.
Os participantes reafirmaram o compromisso de permanecer nas ruas denunciando e lutando conta os retrocessos. Na sexta, dia 12, a UNE e demais movimentos organizam um grande protesto em Brasília – a CUT participa da mobilização e organização do ato.
Outra ferramenta disponibilizada pela Central para pressionar os parlamentares é o site Na Pressão, plataforma onde é possível enviar mensagens de texto diretamente no WhatsApp do deputado, cobrando um posicionamento dele contrário à reforma. Em breve, a ferramenta passará a ter também os contatos dos senadores.
Confira, abaixo, os deputados e deputadas federais eleitos por São Paulo que votaram contra e a favor da reforma da Previdência:
Deputados que votaram a favor da reforma:
Deputados que votaram contra a reforma:
Alencar Santana Braga
PT-SP
Alexandre Padilha
PT-SP
Arlindo Chinaglia
PT-SP
Carlos Zarattini
PT-SP
Ivan Valente
PSOL-SP
Luiza Erundina
PSOL-SP
Nilto Tatto
PT-SP
Orlando Silva
PCdoB-SP
Paulo Pereira da Silva
Solidariedade-SP
Paulo Teixeira
PT-SP
Rui Falcão
PT-SP
Sâmia Bomfim
PSOL-SP
Tiririca
PL-SP
Vicentinho
PT-SP
Deputado ausente:
Luiz Carlos Motta
PL-SP