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SJSP se solidariza aos jornalistas Arthur Rodrigues e Joaquim Carvalho por investigação aberta pelo MPE contra os profissionais

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) solidarizam-se com os jornalistas Arthur Rodrigues (Folha de S. Paulo) e Joaquim Carvalho (Brasil 247) e se comprometem a acompanhar de perto o andamento das investigações requeridas pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) contra esses profissionais, em virtude de sua atuação laboral.

O MPE pediu abertura de investigação sob a justificativa de que os jornalistas supostamente “propagaram menções inverídicas dos fatos relatados” a eles por uma fonte, em matéria jornalística publicada em seus veículos de comunicação.

No dia 17 de outubro de 2022 Felipe da Silva Lima foi baleado pela Polícia Militar do Estado de São Paulo e morreu na comunidade de Paraisópolis, zona sul da capital paulista, em um suposto confronto com a polícia. Nenhuma arma de fogo foi encontrada com Felipe. A ação ocorreu próximo a um evento de campanha do então candidato ao governo do estado, Tarcísio de Freitas. O ocorrido foi captado pelas lentes de um cinegrafista, e o depoimento dele serviu como fonte para as matérias publicadas por Arthur Rodrigues e Joaquim Carvalho.

Em virtude do tiroteio, foi registrada uma “notícia de fato” por Wilson Oliveira dos Santos, sob o argumento de que Tarcísio de Freitas estaria tentando se utilizar politicamente deste evento, por meio da simulação de um “atentado fraudulento” contra o candidato, “amplamente divulgado por seus apoiadores, para fins eleitoreiros”. O documento cita ainda que houve pressão de um dos membros da comitiva de Tarcísio para que o cinegrafista, testemunha do ocorrido,  apagasse as imagens captadas. Como prova, foram juntadas matérias de veículos de comunicação.

No despacho do MPE, realizado no dia 4 de dezembro, o promotor Fabiano Augusto Petean pediu arquivamento do processo contra o governador, tendo como base outro arquivamento: do inquérito sobre o assassinato de Felipe. O promotor foi além e disse que “ao contrário do que noticiado pelo representante e pelos repórteres que divulgaram as matérias discrepantes da realidade, os fatos (tiroteio e morte) ocorreram em circunstâncias diametralmente diversas”. O despacho pede ainda que os dois jornalistas e demais responsáveis pela publicação das matérias sejam investigados.

O SJSP e a Fenaj recebem com extrema preocupação essa atitude do MPE. Ao pedir a investigação dos jornalistas sem qualquer justificativa convincente, o promotor Fabiano Augusto Petean busca ferir e bloquear a liberdade de imprensa por intermédio de assédio aos profissionais e aos respectivos veículos de imprensa.

Além de rechaçar a medida requerida pelo promotor, o SJSP e a Fenaj reiteram que continuarão a apoiar irrestritamente os colegas visados pelo MPE e que estarão atentos a eventuais desdobramentos judiciais do caso.

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

Federação Nacional dos Jornalistas

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