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SJSP realiza ato de desagravo aos jornalistas agredidos nas manifestações

SJSP realiza ato de desagravo aos jornalistas agredidos nas manifestações


convite ato desagravo

 

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) realiza nesta quarta-feira (10), às 19h30, no auditório Vladimir Herzog (Rua Rego Freitas, 530 – sobreloja) um ato público de desagravo aos jornalistas agredidos no exercício de suas funções durante as manifestações ocorridas em São Paulo contra o aumento do preço das passagens do transporte público no mês de junho

Estarão presentes o presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schröder – recentemente eleito vice-presidente da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) e da diretoria da Associação dos Repórteres Fotográficos no Estado de São Paulo (Arfoc/SP) e da Associação dos Jornalistas Veteranos no Estado de São Paulo (Ajaesp).

O SJSP computou 23 casos de agressões e 5 detenções (já libertados) durante as manifestações. Veja relação e relatório completo abaixo:

 

A relação dos jornalistas agredidos e detidos

 

DETIDOS

Manifestação de 11 de junho

Pedro Ribeiro Nogueira – repórter Portal Aprendiz.

Leandro Machado – repórter Folha de S. Paulo.

Leandro Morais – repórter fotográfico do UOL.

 

Manifestação de 13 de junho

Piero Locatelli – repórter Carta Capital.

Fernando Borges – repórter cinematográfico do portal Terra.

 

AGREDIDOS

Manifestação de 11 de junho

Fernando Mellis – repórter portal R7. Agredido por golpes de cassetete.

 

Manifestação de 13 de junho

Aline Moraes – repórter TV Brasil. Atingida por bala de borracha.

Ana Krepp – repórter Folha de S. Paulo. Atingida por bombas de gás.

André Américo – repórter fotográfico jornal Metro. Atingido por bala de borracha.

Bruno Ribeiro – repórter O Estado de S. Paulo. Atingido por bombas de gás.

César Lucchesi – repórter cinematográfico TVT. Atingido por bala de borracha.

Fabio Braga – repórter fotográfico Folha de S. Paulo. Atingido por bala de borracha.

Filipe Araújo – repórter fotográfico O Estado de S. Paulo. Atingido por viatura policial

Félix Lima – repórter Folha de S. Paulo. Atingido por bala de borracha.

Gisele Brito – repórter Rede Brasil Atual. Agredido por golpes de cassetete.

Giuliana Vallone – repórter TV Folha. Atingido no olho por uma bala de borracha.

Glauco Araújo – repórter do G1. Atingido por bala de borracha.

Henrique Beirange – repórter jornal Metro. Atingido por jato de spray de pimenta.

Jô Myagui – repórter TVT. Atingido por bala de borracha,

José Francisco Neto – repórter Brasil de Fato. Atingido por bala de borracha.

Leandro Machado – repórter Folha de S. Paulo. Atingido por bala de borracha.

Leandro Morais – repórter fotográfico do UOL.

Marlene Bergamo – repórter fotográfico Folha de S. Paulo. Atingido por bala de borracha.

Miguel Schincariol – repórter fotográfico free lancer. Atingido por bala de borracha.

Renato Vieira – repórter O Estado de S. Paulo. Atingidos por bombas de gás.

Rodrigo Machado – repórter TV Folha. Atingido por bala de borracha.

Sérgio Silva – repórter fotográfico agência Futura Press. Atingido no olho por uma bala de borracha.

Vagner Magalhães – repórter portal Terra. Agredido por golpes de cassetete.

Na manifestação realizada em 18 de junho o Sindicato dos Jornalistas computou 5 casos de

agressões em São Paulo. Vários profissionais foram agredidos por manifestantes.

Rita Lizauka – repórter TV Bandeirantes – atacada por jato de vinagre no olho

Caco Barcelos – repórter TV Globo – agredido por um soco (na ocasião, outro repórter da TV Globo foi agredido no braço)

Fábio Pannunzio – TV Bandeirantes – agressão resultou em quebra de parte do equipamento da equipe

Lumi Zúnica – repórter cinematográfico TV Record – atingido com jato de pimenta e gás

Além desses fatos, houve equipamentos danificados e uma unidade móvel da TV Record foi incendiada com perda total.

 

INTERIOR

Campinas

No total, sete agressões realizadas por policiais e manifestantes.  Dois automóveis, da TVB Record e Todo Dia, foram depredados.

Limeira – um profissional agredido

Piracicaba – dois jornalistas ameaçados.


 

Relatório das ações do SJSP

 

11/06 – SJSP envia ofício às autoridades solicitando garantia de segurança e trabalho para os jornalistas durante a cobertura dos atos. O ofício foi enviado às seguintes autoridades: Barros Munhoz (Presidente da Assembleia Legislativa do Estado); Ivan Ricardo Garisio Sartori (Presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo); Luiz Gonzaga Dantas (Ouvidor das Polícias do Estado de São Paulo); Rui Conegundes de Souza (Corregedor da Polícia Militar do Estado de São Paulo); Benedito Roberto Meira (Comandante da Polícia Militar do Estado de São Paulo); Geraldo Alckmin (Governador do Estado de São Paulo); Nestor Penteado Filho (Corregedor da Polícia Civil do Estado de São Paulo); Eduardo Siqueira Bias (Comandante Geral da Guarda Civil Metropolitana) e Fernando Grella Vieira (Secretário de Segurança Pública).

12/06 – SJSP exige liberação de jornalista Pedro Ribeiro Nogueira, do portal Aprendiz, detido durante as manifestações, se coloca à disposição do advogado de defesa e encaminhou ofício esclarecendo sobre a função profissional e solicitando garantias ao trabalho do jornalista. O documento foi juntado aos autos criminais pela defesa.

17/06 – SJSP cria selo “Violência contra jornalista. Atentado contra a democracia” e leva campanha às ruas durante passeata ocorrida no dia 17 (segunda-feira). Na ocasião, o Departamento Jurídico ficou de plantão para atender jornalistas agredidos ou detidos, inclusive fazendo ronda nas delegacias das regiões onde ocorriam as manifestações.

17/06 – A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo responde ofício enviado pelo Sindicato comunicando que “foram encaminhados à Corregedoria Geral da Polícia Militar e à Procuradoria Geral de Justiça, para adoção de providências visando apurar os abusos noticiados praticados pelos policiais militares na manifestação pública contra o aumento da tarifa de transporte público”.

18/06SJSP, através da FENAJ, comunica os atos de violência à FIJ.

A Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ repudia a atitude violenta de policiais

militares que, em uma atitude descabida, agrediram jornalistas que trabalhavam na

cobertura das manifestações de protesto contra o aumento do preço da passagem de

ônibus na cidade de São Paulo.

Informamos que o presidente da Fenaj, Celso Schröder, entrou em contato com a

Secretaria Geral da Federação Internacional dos Jornalista – FIJ relatando o ocorrido e

que a entidade se colocou a disposição dos jornalistas brasileiros para divulgar os fatos junto às entidades internacionais e acompanhar o desenrolar dos acontecimentos.

Assim, manifestamos solidariedade às vítimas e somamos nossos esforços aos do

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo no sentido de cobrar das

autoridades punição aos culpados e o fim da violência contra manifestantes e jornalistas.

 

19/06SJSP emite nota sobre violência contra jornalistas praticada por manifestantes.

 

Nota pública

 

Novamente os jornalistas foram vítimas de ações violentas que ferem os princípios da
Liberdade de Imprensa e de Expressão. Desta vez, entretanto, ela partiu de vândalos
infiltrados nas manifestações contra o aumento de tarifas no transporte público, agora
vitoriosa com a redução do preço da passagem. Nos atos anteriores, a violência havia
partido dos Policiais Militares.
O pior episódio ocorreu ontem em frente à Prefeitura de São Paulo, onde vândalos não
somente tentaram depredar a sede da municipalidade, como incendiaram um veículo de
reportagem da Rede Record, em atitude abominável. Felizmente não houve vítimas, mas
os jornalistas e radialistas que estavam em pleno exercício da profissão, foram
atemorizados e acuados pelos criminosos infiltrados nas manifestações.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) repudia o ato de vandalismo e é solidário com os trabalhadores da emissora e todos os jornalistas
agredidos. A presença policial, que anteriormente fora excessiva e truculenta, desta vez se fez ausente e permitiu os atos de destruição

 

20/06Entidades de Direitos Humanos lançam manifesto contra violência no Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, no auditório da entidade.

Nota pública

As organizações de jornalistas e de defesa de direitos humanos abaixo assinadas, preocupadas com a garantia da liberdade de imprensa e da liberdade de manifestação e expressão, vêm a público manifestar:

– O repúdio às graves violações a direitos de liberdade de imprensa e de manifestação e expressão em virtude da violência policial ocorrida nos recentes protestos pela redução da tarifa de transporte em São Paulo, que resultou em mais de vinte jornalistas feridos e três jornalistas presos.
– Entendemos que a violência se deveu não apenas a abusos individuais, mas foi incentivada por declarações de autoridades públicas e inclusive de editoriais de opinião dos próprios órgãos da imprensa em defesa da forte repressão à manifestação;
– A preocupação com aumento dos casos de ameaças a jornalistas por parte de integrantes da Polícia Militar, agravada pelo medo que impede os profissionais em dar encaminhamento às denúncias;
O repúdio a todas as tentativas de dificultar e impedir o trabalho de cobertura jornalística dos eventos, inclusive aquelas promovidas pelos próprios manifestantes

Nesse sentido, reivindicamos as seguintes ações:
– Identificação e responsabilização dos responsáveis por todas as agressões ocorridas nas recentes manifestações;

– Garantia da liberdade de manifestação na cidade, com revisão das doutrinas, manuais e

procedimentos para uso de armas menos letais;

– Criação de Grupo de Trabalho em âmbito estadual para adoção de medidas específicas de proteção à liberdade de imprensa, com sugestão de participação da Secretaria de Segurança Pública, Polícia Militar, Sindicato dos Jornalistas e organizações da sociedade civil;


As organizações também consideram fundamental o acompanhamento do Grupo de Trabalho sobre proteção a jornalistas da Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República e a denúncia dos casos às relatorias de liberdade de expressão da OEA e da ONU.
Salientamos, por fim, que a violência contra jornalistas e comunicadores atenta não apenas contra os profissionais e veículos envolvidos, mas contra o direito de toda a sociedade a ser informada, configurando-se, na prática, como uma forma de censura.

 Assinam inicialmente a nota: Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo; Portal Aprendiz; Artigo 19; Conectas Direitos Humanos; Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação; Instituto Vladimir Herzog; Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social; Repórteres Sem Fronteiras; ReporterBrasil.

20/06SJSP participa de audiência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal sobre agressão a jornalistas e divulga o documento das entidades que passa a integrar a ata da reunião.

20/06SJSP realiza reunião com agredidos nas manifestações para debater providências a serem tomadas e delibera por mover ação coletiva por danos morais coletivos contra o governo do Estado de São Paulo em razão das agressões aos profissionais de imprensa.

25/06Regional de Campinas do SJSP pede proteção aos jornalistas e protesta contra violência por parte da polícia e também de manifestantes em ofício para o Comandante da Guarda Municipal de Campinas, Comando de Policiamento do Interior e para o secretário de Segurança Pública.

 

Ofício

Considerando o ato publico em defesa do transporte publico de qualidade, convocado através das redes sociais e noticiado pela imprensa local.
E, tendo em vista que nas recentes manifestações com o mesmo caráter realizadas em outras cidades brasileiras muitos jornalistas tem sido intimados, sofrido ameaças, agressões e prisões enquanto realizavam seu trabalho jornalístico, pleiteamos a V.Exa. e digníssimos comandados a garantia da integridade física e o direito à liberdade de Imprensa dos Jornalistas que irão trabalhar durante o evento em Campinas, para que possam trabalhar sem o risco de serem detidos ilegalmente ou constrangidos no exercício da função de informar o cidadão sobre este acontecimento de importância publica relevante.

 Conforme assegura a Constituição Federal,a Liberdade de Imprensa e o Direito à informação são requisitos fundamentais da democracia e dos princípios republicanos que norteiam o Estado brasileiro e o trabalho do Jornalista tem por objetivo cobrir e dar publicidade imparcial aos fatos ocorridos.

 

26/06SJSP emite nota geral de protesto contra violência que atingiu os profissionais.

Nota Oficial

Ataques patronais diários e desafios enormes para garantir a organização sindical fazem parte da rotina estressante da profissão de jornalista. Os episódios recentes ocorridos em São Paulo, durante manifestações legítimas contra o aumento das tarifas de ônibus, trens e metrô comprovam mais uma vez que, além de baixos salários e condições precárias de trabalho, os profissionais de imprensa têm que conviver também com a truculência dos agentes do Estado que, aos invés de garantir o direito ao trabalho, prendem e agridem jornalistas de maneira truculenta e muitas vezes insanas.

A foto do repórter fotográfico, Rodrigo Paiva (que foi capa do jornal Unidade) é o exemplo mais recente do que os trabalhadores em jornais, revistas, sites e rádios têm que enfrentar nos dias de hoje durante o exercício profissional. Verdadeira tradução de policiais despreparados que, aparentando ódio contra os que trabalham em coberturas jornalísticas, partem para a violência gratuita que faz lembrar a repressão de um passado recente. Mesmo que se trate de uma minoria, a violência gratuita fica como marca de toda a corporação.

Certamente esses policiais seguem ordem de comando de superiores que também não se mostram preparados para o exercício da democracia e da liberdade de expressão. A truculência começa em um governo do Estado pouco disposto a negociações que, através de declarações públicas, incentiva seus comandados a agir contra qualquer manifestação dos movimentos sindical e social. E o resultado são os sons das bombas de efeito moral, o estampido de balas de borrachas e a dor e as marcas dos cassetetes. 

 

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