Logo após a direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) ter encaminhado ofício à Secretária de Segurança Pública do Estado de São Paulo, o secretário Fernando Grella se comprometeu a apurar a violência efetuada por Policiais Militares contra os jornalistas nas manifestações contra o aumento nas tarifas do transporte ocorridas na Capital. “Se ficar caracterizado que o ataque foi deliberado, vai haver responsabilização”, disse ele.
Já nos primeiros episódios, a direção do SJSP, preocupada com a integridade física dos profissionais e temendo de que haveria repressão contra os jornalistas, encaminhou ofícios a diversos órgãos, entre os quais a Secretaria de Segurança Pública, Tribunal de Justiça de São Paulo, Ouvidoria das Polícias de São Paulo, Corregedoria das Polícias Civil e Militar, Comandos da PM e GCM, ao Palácio dos Bandeirantes, ALESP, exigindo providências contra as arbitrariedades, agressões e violência.
“Tendo em vista que muitos jornalistas foram agredidos e detidos por autoridades policiais enquanto realizavam seu trabalho jornalístico, fato ocorrido nas últimas manifestações, solicitamos garantia à integridade física e o direito à Liberdade de Imprensa aos Jornalistas que cobrem o evento para que possam trabalhar sem o “risco” de serem detidos ilegalmente ou constrangidos no exercício da função de informar o cidadão sobre este acontecimento de importância pública relevante”.
Prisões e agressões
O SJSP também exigiu a libertação do jornalista Pedro Ribeiro Nogueira, do Portal Aprendiz, que permanece detido desde a noite de terça-feira (11). No levantamento realizada pela direção do Sindicato, além de Pedro, foram arbitrariamente detidos Piero Locatelli (Carta Capital) e Fernando Borges (Portal Terra).
Já o número de jornalistas agredidos tem caráter extraoficial e atingiu Vagner Magalhães (Portal Terra), Fernando Mellis (Portal R7), Gisele Brito (Rede Brasil Atual), Leandro Morais (UOL) e os profissionais da Folha de S. Paulo, Fabio Braga, Marlene Bergamo, Félix Lima, Ana Krepp, Rodrigo Machado e Giuliana Vallone – que levou um tiro de bala de borracha no olho e precisou ser internada no Hospital Sírio Libanês. Já na cobertura pelo jornal Metro, foram agredidos Henrique Beirange e André Américo. O número de vítimas, certamente, deve ser bem maior.
O caso mais grave é de Sérgio Silva, da Futura Press, que estava participando da cobertura jornalística do protesto quando foi atingido também por uma bala de borracha no olho. Familiares disseram que ele corre o risco de perder a visão.
Flagrante da violência
O autor da foto, Rodrigo Paiva, que a cedeu para o Sindicato em solidariedade à entidade e aos colegas, também se sentiu agredido e disse que um policial disparou contra ele uma bala de borracha, que felizmente não o atingiu. “Muita gente no facebook questiona e diz que a foto não traz uma agressão a jornalistas. Alegam se tratar de um manifestante que havia se escondido atrás da equipe de TV. Na verdade, durante a prisão de um manifestante, o policial tentou impedir que os jornalistas registrassem a cena, espirrando gás de pimenta”, afirmou o repórter fotográfico.
Foto: Rodrigo Paiva