O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo enviou ofício, nesta quarta-feira (22), ao Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Estado São Paulo (Sertesp) solicitando um posicionamento quanto à aceitação ou não da proposta da bancada dos trabalhadores e trabalhadoras do setor para a Campanha Salarial de Rádio e TV 2018-2019.
A última negociação foi em 6 de fevereiro, quando a campanha chegou à oitava rodada e, desde então, a categoria aguarda resposta dos patrões (leia mais em Rádio e TV: jornalistas entregam contraproposta aos patrões).
No documento, a direção do SJSP ressalta que os jornalistas aceitaram o reajuste de 2,5% na pauta econômica e já entraram em acordo quanto a 39 cláusulas das 46 propostas pelo Sertesp.
Para avançar rumo ao fechamento de um acordo, está pendente o acerto de somente seis cláusulas que são prioritárias para garantir as condições de trabalho dos profissionais de rádio e TV. Por isso, no ofício, a direção do SJSP também solicita às empresas que esclareçam em detalhes quais pontos impedem o fechamento da nova Convenção Coletiva de Trabalho.
Confira a íntegra do ofício:
“Ao
SINDICATO DAS EMPRESAS DE RÁDIO E TELEVISÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO – SERTESP
A/C DA DIRETORIA
REF.: PEDIDO DE RESPOSTA QUANTO À ÚLTIMA PROPOSTA DOS JORNALISTAS
SINDICATO DOS JORNALISTAS PROFISSIONAIS NO ESTADO DE SÃO PAULO, entidade sindical profissional de primeiro grau, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 62.584.230/0001-00, com sede à Rua Rego Freitas, n.º 530, sobreloja, Vila Buarque, São Paulo/SP, CEP: 01.220-010, entidade representativa dos jornalistas profissionais no estado de São Paulo, neste ato representado pelo seu Diretor Presidente,
Considerando já terem se passado 2 semanas desde a última rodada de negociação (06/02/18), ocasião em que a bancada profissional apresentou contraproposta ao SERTESP, com a qual os jornalistas concretizaram um grande esforço na busca de um acordo entre as partes;
Considerando que, nesta proposta, os jornalistas aceitam a proposta econômica das empresas de 2,5% de correção nos salários, na PPR, abono e demais itens econômicos da pauta;
Considerando que, com isso, os jornalistas aceitam na íntegra 39 cláusulas das 46 propostas pelo Sindicato patronal;
Considerando que há mais 4 cláusulas com redações já feitas para acordo após o debate entre os partes em mesa, com as quais se totalizaria 43 cláusulas fechadas;
Considerando que, diante da diferença entre as posições, dos dispositivos instituídos pela recente reforma trabalhista, e para que não haja obstáculo ao acordo geral entre as partes, os jornalistas propõem retirar da CCT a cláusula 10 (Controle de Jornada e Regulamentação de Compensação de Jornada), bem como de parte da cláusula 40 (os pontos relativos à contribuição sindical e contribuição assistencial), mesmo ao preço de uma forte perda financeira para o próprio custeio da entidade sindical, entendendo-se que o foco principal é avançar para a celebração da Convenção Coletiva;
Considerando que, para encaminhar o fechamento do acordo, os jornalistas aceitam a retirada, em relação às CCTs dos anos anteriores, das cláusulas relativas à indenização de um salário para os demitidos com mais de 45 anos, à estabilidade funcional para os afastados por motivo de doença, à indenização de um salário para os jornalistas que se aposentam, bem como o fim da obrigatoriedade de pagamento do dia em dobro para o jornalista em viagem;
Considerando que, de sua própria pauta, os jornalistas abrem mão de mais 9 cláusulas apresentadas às empresas, além de sua reivindicação de reposição de perdas salariais resultantes do último reajuste 5 pontos percentuais abaixo da inflação;
Considerando, por fim, que, com o esforço enorme de busca do acordo feita pelos jornalistas, restam o acerto de apenas 6 cláusulas, que correspondem, basicamente, à manutenção de parte das condições de trabalho que vigoram para os jornalistas até hoje, aproximando em muito as propostas finais das partes.
Vem a presença de Vossas Senhorias solicitar uma posição formal da entidade patronal quanto à aceitação ou não da proposta dos jornalistas. Caso ainda restem divergências, e considerando o pequeno número de cláusulas, solicitamos a gentileza do esclarecimento de quais pontos específicos impedem o fechamento do acordo, o mais detalhadamente possível, para que haja total transparência e clareza dos jornalistas em relação a qual é o caminho concreto para celebrarmos a nova Convenção.
Por fim, a bancada profissional coloca-se à disposição para o agendamento o quanto antes de uma nova rodada de negociação para discussão da questão, ou até de um novo calendário de reuniões, já que estamos prontos para as negociações necessárias.
Nada mais havendo a ser tratado, aproveitamos para renovar nossos protestos de elevada estima e distinta consideração.
São Paulo, 22 de Fevereiro de 2018
PAULO LEITE MORAES ZOCCHI
Diretor Presidente
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo”