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SJSP participa do ato que retifica atestado de óbito de Vlado

SJSP participa do ato que retifica atestado de óbito de Vlado

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A direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) participou nesta sexta-feira (dia 15) do ato realizado na Universidade de São Paulo (USP) em que o governo retificou o atestado de óbito do jornalista Vladimir Herzog, assassinado pela ditadura militar em 1975, nas dependências DOI-Codi, na capital paulista.

A entidade foi representada pela diretora e membro da Comissão da Verdade dos Jornalistas, em nível nacional e estadual, Rose Nogueira, que também é presidente do Grupo Tortura Nunca Mais/SP. Ela fazia parte da equipe de redação dirigida por Vladimir Herzog na TV Cultura, na ocasião em que foi assassinado.

O novo atestado, ao contrário do documento original, que apontava “asfixia mecânica por enforcamento” (suicídio) como sendo a causa mortis de Vlado, traz agora o verdadeiro motivo que levou o jornalista a óbito: “lesões e maus tratos sofridos durante o interrogatório em dependência do segundo Exército (DOI-Codi)”.

A ministra da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário, que entregou à família Herzog o novo documento, disse que até há pouco tempo havia um atestado de óbito falso. “Ele foi escrito pela caneta dos que tinham o poder. Sendo derrotados pelas forças da democracia, ainda hoje mantêm as mentiras”.

Ela afirmou que esses momentos são marcados, de um lado, pela emoção e por outro, pelo sentido de profunda responsabilidade por aqueles que lutaram pela liberdade. “Chegamos aqui com a vergonha de que nem todas as respostas tenham sido dadas até hoje”, disse ela.

Para o filho de Vlado, Ivo Herzog, o reconhecimento por parte do Estado pela morte de seu pai é uma grande conquista para a família: “isso significa enterrar um documento mentiroso, que humilhava a família, tendo que aceitar uma farsa pela morte de meu pai”, analisa ele.

 

Alexandre Vanucchi

 

Além da entrega do documento, também foi realizado ato pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, em São Paulo, para reconhecer a condição de anistiado político ao estudante Alexandre Vanucchi Leme. Ele foi morto no dia 17 de março de 1973, aos 22 anos. Estudante de Geologia da Universidade de São Paulo, Leme também foi morto, a exemplo de Herzog, nas dependências do DOI-Codi.

Paulo Sérgio Pinheiro, presidente da Comissão Nacional da Verdade, afirmou que não foi em vão o sacrifício de Vlado, como era conhecido, e de Alexandre Vanucchi, além das famílias de todos que sofreram no período da ditadura. “Não será em vão que a presidente Dilma instalou a Comissão da Verdade. Todos nós podemos sair certos daqui que essa caminhada longa e sofrida da sociedade em direção ao direito da memória, à verdade e à justiça não será em vão.”

 

Rose Nogueira no ato de retificação do atestado de óbito de Vlado – Foto de Fábio Féter

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