O dirigente Douglas Mansur representou o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) na despedida do rabino Henry Sobel do Brasil, ocorrida na noite de quinta-feira (31) no memorial da América Latina. Ele retorna aos EUA, sua terra natal, depois de 53 anos de atuação religiosa e política no país.
O evento, organizado pelo Instituto Vladimir Herzog, reuniu líderes religiosos de diversas igrejas, inclusive o cardeal católico dom Odilo Scherer, autoridades e outros cerca de 500 convidados. Ele coincidiu com os 38 anos da histórica celebração ecumênica organizada na praça da Sé, na capital paulista, em memória do jornalista Vladimir Herzog, assassinado nas dependências do DOI-Codi.
Sobel teve importante papel na luta pela redemocratização do país e tornou-se nacionalmente conhecido ao se recusar a fazer o enterro de Herzog na ala dos suicidas do cemitério israelita do Butantã, o que acabou denunciando a farsa da versão oficial para a morte do jornalista, cujo corpo apresentava sinais de tortura.
Em sua fala, Sobel fez uma reconstituição detalhada daquela semana, do instante em que recebeu um telefonema no Rio avisando sobre a morte de Herzog ao ato político-religioso da Sé. Disse ao final que sentiu muito medo quando, dois dias antes da celebração, recebeu a visita de três generais fardados que pediram para ele não comparecer.
Na foto do próprio Douglas Mansur, Sobel recebeu uma cópia da obra conhecida como “A Guernica Brasileira”, do artista plástico Elifas Andreato (que pertencente ao acervo do SJSP e encontra-se exposta no auditório Vladimir Herzog).
