A Rede Globo propôs a sindicatos de radialistas e jornalistas das praças próprias da empresa (exclui afiliadas) acordos coletivos de trabalho para estabelecer as bases de um novo programa de PLR (participação nos lucros e resultados).
O assunto é do maior interesse das duas categorias, pois, há vários anos, a empresa paga 75% do salário ao ano como parte de seu PGP (programa interno) e diferentes valores para profissionais de algumas praças a título de PLR por normas estabelecidas em Convenções Coletivas de Trabalho.
O novo acordo proposto mexe com as duas remunerações, que seriam unificadas sob um mesmo programa. Uma motivação da empresa pode ser adaptar seu programa à legislação, que obriga incluir profissionais na formulação dos planos de distribuição de resultados, por meio de seus sindicatos. Para a empresa, o programa proposto fornece uma “segurança jurídica”, para usar expressão da moda.
E para os jornalistas e radialistas? Claro, há o interesse de consolidar e acrescer para profissionais que nada recebiam a título de PLR ganhos que retribuam o trabalho prestado e que, no cotidiano, fizeram e fazem da Globo uma gigante na área das comunicações. “Uma só Globo”, que é a bandeira que a empresa levanta nesta negociação, não pode incluir tratamentos diferenciados e discriminatórios em função das diferenças geográficas, nem a possibilidade de exclusão de profissionais do pagamento de PLR.
Representantes dos Sindicatos de Jornalistas do Distrito Federal, Minas Gerais, Município do Rio de Janeiro, Pernambuco e São Paulo e da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) chegaram à conclusão de que a proposta merece uma negociação unificada nacionalmente, que permita garantir uniformidade nacional de direitos no pagamento da PLR a todas(os) as(os) jornalistas da Rede Globo. Nem cabe nesse caso alegar diferenças regionais de salário, pois a PLR é calculada como porcentagem sobre a remuneração, ou seja, seu valor nominal varia de um(a) profissional para outro(a).
Neste momento, há propostas de acordo feitas pela TV Globo aos Sindicatos do Município do Rio de Janeiro, Minas e Pernambuco. Nossa determinação inicial é debater com toda a base de jornalistas dessas praças, em assembleias, aprovando a orientação de negociação nacional, e estabelecendo alguns princípios básicos:
> Garantia de que nenhum(a) profissional terá redução do benefício praticado nos últimos anos;
> Validade do acordo para todas(os) as(os) profissionais, independentemente da faixa salarial;
> Transparência na adoção de critérios do programa, para que possam ser controlados coletivamente.
Entendemos que a construção desta unidade entre todos os Sindicatos de Jornalistas, incluindo a Fenaj é um passo de qualidade na organização de nossa categoria.
Sindicatos dos Jornalistas DF, MG, Munícipio do Rio de Janeiro, PE e SP e Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)