Nas últimas semanas, circularam notícias sobre a possibilidade de centenas de demissões na editora Abril, atingindo todas as categorias. Imediatamente, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) entrou em contato com a empresa e iniciou conversas com os jornalistas. Não houve nada de concreto até a última sexta-feira (07), quando a empresa realizou uma reestruturação em sua cúpula, mudando as estruturas de comando da área editorial, com a saída de executivos e a fusão de estruturas.
Na segunda-feira pela manhã, o Sindicato entregou uma carta à empresa formalizando o pedido de uma reunião de emergência, realizada na tarde desta quarta-feira (12), na sede da entidade.
Durante a reunião, a direção do Sindicato expressou sua oposição a qualquer demissão, e propôs à empresa um acordo formal, que também faz parte da pauta de reivindicações da Campanha Salarial, de que qualquer plano empresarial que implique em demissão em massa ou no fechamento de títulos tenha de ser comunicado aos jornalistas, por meio do Sindicato, no mínimo com um mês de antecedência. Isso para que os jornalistas tenham tempo de debater a situação e definir ações de pressão e de negociação com a empresa, buscando alternativas para defender a manutenção de empregos.
Os representantes da editora Abril detalharam os termos da reestruturação, comunicando que houve demissões de jornalistas do apoio editorial, que teriam recebido um pacote com seis meses de vigência do plano de saúde e indenizações adicionais de meio a quatro salários, dependendo do tempo de casa. Ficaram de debater na empresa a proposta feita pelo Sindicato, mas apenas repetiram a informação, já divulgada pela cúpula da Abril, de que não há nenhuma decisão sobre o fechamento de títulos.
Os dirigentes do SJSP afirmaram que isso só pode deixar os jornalistas preocupados, pois foi exatamente esse o discurso dos representantes do Grupo Estado sobre o Jornal da Tarde dias antes do fechamento da publicação. Para a direção do Sindicato, é essencial que a empresa desminta categoricamente os boatos, afirmando que não haverá fechamento de revistas e, principalmente, demissões de jornalistas.
A direção do Sindicato mantém sua postura de defesa intransigente do emprego, o mais importante direito que um trabalhador deve ter assegurado para garantir o exercício profissional e a sobrevivência familiar com mais tranquilidade. É por isso que a entidade vem, há tempos, pressionando a editora Abril pela contratação dos frilas fixos que trabalhavam na editora. Mais recentemente, provocou a fiscalização do Ministério do Trabalho, ocorrida em janeiro e fevereiro últimos e, ao final, a editora Abril foi obrigada a contratar 120 jornalistas que trabalhavam como frilas-fixos em março e abril passados.
Da mesma forma, o Sindicato prossegue alerta, mantém sua exigência de negociação real com a empresa e sua postura de luta contra q ualquer demissão. Para reforçar essa luta, o SJSP já está em contato com as diretorias dos sindicatos que também representam trabalhadores da Abril, como os Gráficos, Administrativos e Radialistas, para ações conjuntas contra as demissões e em defesa dos empregos.