Logo do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo
Logo do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Logo da Federação Internacional de Jornalistas
Logo da Central Única dos Trabalhadores
Logo da Federação Nacional de Jornalistas

Sai de cena Luiz Chagas

por Alan Rodrigues

No último dia 9 de julho, nos deixou Luiz Sampaio Chagas (1952-2024). Jornalista, instrumentista, compositor e tradutor, Chagão, como carinhosamente lhe chamavam, tem uma enorme importância para a música paulistana, não só como um dos articuladores da vanguardista lira paulistana, um movimento cultural brasileiro ocorrido na cidade de São Paulo entre 1979 e 1985, mas como parceiro de Itamar Assumpção, na banda Isca de Polícia.

Crítico artístico, literário e musical, Luiz era, sem meias palavras, um “gênio da escrita”, um dos melhores repórteres de Cultura deste país e com quem tive o prazer de trabalhar na Revista Istoé. Dentre as mais diversas personalidades que entrevistamos (à época eu trabalhava como repórter fotográfico) a que mais me marcou foi a conversa dele com o cantor e compositor Erasmo Carlos (1941-2022). Recordo-me com efeito, nunca ouvi tanto a palavra “bicho”.

Brincadeiras à parte, aqui cabe dizer que desde que conheci o Luiz Chagas, e lá se vão anos, achava que ele era mesmo o “Tremendão” da Lapa de Baixo – bairro onde fica a revista ISTOÉ, na capital paulista. Luiz tinha um estilão, uma inteligência e talento ímpares. “Tinha uma ironia permanente, um aparente desdém pelas disputas por furo ou espaço, tão comuns no jornalismo. Era como se houvesse um outro plano, uma outra rotina, uma outra linha no metaverso”, escreveu no instagram o também parceiro de trabalho da época, Camilo Vannuchi.

Chagão, que só me chamava de companheiro, ganhou ainda mais notoriedade quando, por volta de 2010, assumiu o aposto, Luiz, “o pai de Tulipa” – diga-se de passagem desnecessário, mas que ele adorava. “Agora eu atendo por pai da Tulipa”, dizia Chagas a respeito de sua filha, Tulipa Ruiz. Na carreira, Luiz Chagas compôs algumas trilhas sonoras para cinema, como para o filme “Demência” (1986), “Anjos de arrabalde” (1987) e “Quincas Borba” (1987).

Nos últimos anos, ele vinha trabalhando no primeiro álbum solo da carreira, “Música de apartamento”, já pronto e gravado com repertório inédito e autoral, mas ainda não lançado. Luiz Chagas era casado, há três décadas, com a também jornalista Mônica Tarantino e deixou, além da filha Tulipa, o filho Gustavo Ruiz, produtor musical e guitarrista.

veja também

relacionadas

mais lidas

Pular para o conteúdo